VOCÊ SABE O QUE É O TEA E COMO IDENTIFICAR?
A psicóloga thimnaã Dias fala o que é, como identificar, e dicas de como ajudar os portadores do Transtorno do Espectro Autista no dia a dia, principalmente em meio ao momento pandêmico em que o mundo vivencia.
Por Thimnaã Dias
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem uma abordagem ampla. O nome “Espectro” é dado pois existe uma variação tanto de gravidade e manifestações, quanto do déficit sensorial que o classifica.
Porém, são caracterizados principalmente por três aspectos, que se apresentam em graus diferentes. (Lembrando que nem todos apresentam todas essas mesmas características).
- Dificuldade na linguagem e comunicação verbal e não verbal,
- Dificuldades na interação social,
- Padrões de comportamentos restritos e repetitivos.
- Esses sinais podem ser acompanhados por hipersensibilidade a estímulos do ambiente, como barulho ou luz forte e desconforto intenso diante de qualquer mudança.
- Sintomas clínicos, como deficiência intelectual, problemas de sono, hiperatividade e transtornos alimentares, também podem ser observados.
O diagnóstico é clínico, não existe nenhum exame laboratorial ou de imagem que possa confirmar. Segundo a OMS, existem mais de 2 Milhões de pessoas com TEA no Brasil. (Dados de 2020). Em Catu existem cerca de 500 autistas diagnosticados no município.
A lei 12.764/2012 garante proteção dos direitos da pessoa com TEA, além disso da o direito ao diagnóstico precoce, ensino básico e profissionalizante, além de previdência social.
Recentemente foi criada a lei 13.977/2020 que da direito a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
O que existe na nossa sociedade, é um grande estigma e crença em cima das pessoas que tem o diagnóstico de TEA. Porém a cura deve vim para preconceito e não a pessoa portadora do transtorno.
São utilizados no tratamento recursos sensoriais e estimulantes motores e cognitivos.
O terapeuta tem o compromisso de acreditar no seu paciente, ter o apoio da família e criar um vínculo com ambos, para que todos se apoiem. A inclusão deve ser feita de forma efetiva e afetiva, para que sejam desenvolvidas as potencialidades do paciente, que garantirão a conquista de sua autonomia e qualidade de vida.
Para a família é importante ressaltar que: o tratamento é mais facilitador quando o diagnóstico é feito de forma precoce. Porque? Existe uma janela, para que a criança tenha um tratamento ideal, que desenvolve melhores resultados nas características apontadas.
É possível que desde pequeno, aquela pessoa aprenda e seja incentivada com estímulos para desenvolver sua autonomia e buscar uma comunicação funcional e adequada, além da adaptação nos déficits sensoriais. O cérebro sempre aprende.
Então aos sinais precoces, o tratamento deve ser iniciado. Através do diagnóstico correto, esses pais tiram suas dúvidas, de que não era somente um atraso no desenvolvimento da criança.
Cada pessoa é SINGULAR, por isso não existe uma receita para que esse tratamento seja feito. Cada um é particularizado, visando na melhoria da parte sensorial e comportamental.
Esse tratamento deve e precisa ser feito por uma Equipe Multiprofissional, que pode vim a ser composta por: médico, psicologo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicopedagoga.
Com a Pandemia, a situação para os familiares com crianças com TEA tem sido mais difícil. O essencial na vida de autistas é a rotina. Por isso esses pais estão se reinventando e se superando.
A criança autista se estrutura psiquicamente dentro da rotina, rotina que falta nesse período de Pandemia que estamos enfrentando, por isso os pais devem procurar ajuda com sua rede de apoio. O acompanhamento multiprofissional do seu filho, é o mais importante. Além disso, deve tentar manter as atividades acadêmicas em casa. Tendo em vista que com as restrições, muita coisa mudou. O que pode intensificar a ansiedade nessas crianças e de seus familiares.
O terapeuta está para ajudar na dinâmica familiar e acolher essa família.
O brincar, através da estimulação e do afeto, ensina! Esse não é um momento para cobrança, nem desespero. Os pais são incentivados a usar e abusar do lúdico dentro de casa, além da solicitação de ajuda nas tarefas rotineiras, dando assim sensação de pertencimento a essa criança e de nova moldagem da sua rotina, que é tão importante. Estamos em um momento atípico, o ambiente da nossa casa deve se manter saudável, é o momento de aproximação e valorização da relação dos pais e filhos. Esse é o novo “normal”!
Dicas de Curtas Disney +
- Fitas : Trás a primeira personagem autista não verbal da Pixar. Fala sobre Empatia. Inclusive, não só a personagem do filme, mas também a sua dubladora é portadora de TEA.
- Flutuar : Dedicado a pais com filhos considerados “diferentes”. Fala sobre a relação de um pai com sua criança especial e única. O diretor e roteirista, é pai de uma criança autista.
Para saber mais sobre o TEA, a psicóloga Thimnaã Dias, atende na Clínica Ameca, no centro de Catu, na avenida Padre Cupertino, próximo ao Rei do Camarão. Os números dos telefones para contato são: (71) 3641 – 2481 e o 71 3641 – 1822.