Vitória enfrenta o Ceará pela Copa do Brasil com sede de revanche
Partida será nesta quinta-feira (12), às 19h15, no Castelão
O Ceará é um time “non grato” na vida recente do torcedor do Vitória. Só nesta década, o Vovô foi responsável por três eliminações do Leão na Copa do Nordeste – em anos consecutivos, nos últimos três confrontos dos clubes em mata-mata. Nesta quinta-feira (12), voltam a medir forças, desta vez, pela Copa do Brasil, e o rubro-negro quer revanche. A bola rola às 19h15, no Castelão, em Fortaleza. É a partida de ida da terceira fase.
Pelo torneio regional, o alvinegro foi o grande vilão do Vitória entre 2013 e 2015. No primeiro ano, o Leão arrancou um 2×0 contra o oponente em Fortaleza, mas na volta, em casa, acabou goleado por 4×1 e caiu nas quartas de final. Em 2014, pela mesma fase, os resultados foram um empate em 1×1 em casa e 5×1 para o Vozão no Presidente Vargas. No ano seguinte, pelas semis, os clubes ficaram no 0x0 no Castelão e 2×2 no Barradão. Como os cearenses marcaram gols como visitante, foram eles que avançaram – seriam campeões ao derrotar o Bahia na final.
Agora, em 2020, o Vitória não quer saber de tristeza contra o Ceará. A meta é sair como vencedor na soma dos 180 minutos e avançar para a quarta fase da Copa do Brasil. Um cenário comemorativo como o de 2012, quando o empate de 1×1 com o alvinegro no Barradão, pela última rodada da Série B, marcou o acesso do Leão à Série A.
Para ter sua felicidade em cima do Vovô, o técnico Geninho não põe em seus planos de hoje, em Fortaleza, qualquer espaço para derrota. “Só tem um resultado que não nos serve lá: perder. Não nos passa pela cabeça perder o jogo. Claro que [a equipe] vai tentar uma vitória”, declarou.
Diante da possibilidade de classificação em casa, no Barradão – o jogo de volta será na próxima quarta-feira, também às 19h15 -, o treinador considera um resultado de empate como aceitável.
“Se não atingir e vier um empate, não vou dizer que é um mau resultado. Não vou dizer que é o melhor resultado, mas não é um mau resultado. Mas nós não vamos jogar pelo empate. Não vou ser falso ao ponto de dizer que se de repente tentar a vitória, que é o que vamos buscar, e ela não acontecer, então que venha o empate. Mas que de maneira nenhuma venha a derrota”, afirmou Geninho.
O elenco tem correspondido até então: o Vitória está invicto no ano com seu time principal. Foram oito jogos no ano, com três triunfos e cinco empates. Passou inclusive por três testes contra equipes de Série A. Empatou com Fortaleza (0x0) e Sport (1×1) e ganhou do Bahia (2×0), todos pelo Nordestão.
A única derrota rubro-negra em 2020 aconteceu com o time de aspirantes, que disputa o Baianão sob comando de Agnaldo Liz. Foi no clássico Ba-Vi, 2×1 no Barradão.
“Esses jogos motivam o grupo sem que precise fazer um trabalho extra. Quando você joga contra um adversário forte, onde a rivalidade é bem acentuada, e é o caso do jogo que nós vamos ter, você tem um grupo muito ligado, muito aceso. Eu espero que a equipe repita nesse jogo contra o Ceará uma performance parecida com a que tivemos dentro dos jogos contra Fortaleza, Bahia, Sport”, afirmou Geninho.
Premiação milionária
Por ter chegado à terceira fase da Copa do Brasil, o Vitória já embolsou da CBF
um valor de R$ 2,69 milhões – R$ 1,19 milhão pelas duas primeiras etapas e R$
1,5 milhão por ter se garantido na terceira. Se avançar à quarta fase, arrecada
mais R$ 2 milhões.
O montante é importante ao planejamento financeiro do clube, que pode aliviar ainda mais os pagamentos com a folha salarial. Vencer o agregado com o Ceará ainda deixaria o Leão apto para brigar por mais R$ 2,6 milhões referentes às oitavas de final.
Geninho reconhece a importância da premiação milionária da Copa do Brasil. “Os jogadores sabem que vem uma cota que ajuda o clube a se manter e trabalhar de uma maneira mais tranquila. Ele sabe que é importante ganhar, porque vai ajudar não só o clube, mas ele também, porque tem o prêmio por passar de fase. Tem o lado financeiro, que é importante”, declarou.
O técnico, porém, lembra de outros fatores motivadores, além do dinheiro: “Acho que é muito importante a valorização profissional. Copa do Brasil é uma competição que começa morna e vai crescendo. Estamos jogando contra uma equipe de Série A, desperta interesse. Vai ser coberto de uma maneira maior. Isso traz para o jogador uma oportunidade dele vender o peixe para o Brasil todo”, analisa.
Para o técnico, essa visibilidade é importantíssima ao elenco, recheado de atletas jovens. “Passando essa fase, vai para outra fase que começa a cruzar com pessoal que vem de Sul-Americana, Libertadores (estas, só nas oitavas de final). Contra as grandes equipes. Jogador tem que jogar. Como temos um time jovem, isso é muito importante para essa garotada, aquele que sonha ir para uma grande equipe, de repente sonha com uma grande negociação no final de temporada, ele tem que ter a sua mercadoria divulgada. Quem divulga a mercadoria do jogador é ele próprio, ele fazendo um bom jogo”.
Entre os jovens que estarão presentes em campo, está o zagueiro John, 18 anos, que ganhou a vaga do lesionado Maurício Ramos. Outra novidade é Lucas Arcanjo no gol após veto de Ronaldo.
Assim, a provável escalação do Vitória terá: Lucas Arcanjo, Van (Jonathan Bocão), João Victor, John e Thiago Carleto; Guilherme Rend, Rodrigo Andrade e Gerson Magrão (Jean); Vico, Alisson Farias e Léo Ceará.
Ceará está há 15 partidas sem perder
Do outro lado do campo, o Ceará está com a confiança em alta: em 15 partidas,
não sofreu derrotas. Um dos destaques da equipe é Fernando Prass,
veterano goleiro que, na segunda fase da Copa do Brasil, agarrou dois pênaltis
e ajudou o time a avançar sobre o Oeste. O jogador disse que espera repetir a
boa atuação contra o Vitória – mas reconheceu que gostaria que a ordem dos
confrontos fosse invertida.
“Eu particularmente prefiro jogar a segunda partida em casa, até pela mobilização da torcida, eles (Vitória) sabem que dependendo do resultado a torcida do Vitória pode se mobilizar no Barradão. A gente precisa tomar uma atitude preventiva, tentar se mobilizar antes de ter um resultado concreto. Na Copa do Brasil o fator local pesa muito”. O técnico Enderson Moreira não contará com o zagueiro Klaus, suspenso por cartão vermelho, no duelo. Assim, tem como provável time: Fernando Prass; Samuel Xavier, Luiz Otávio, Brock e Bruno Pacheco; William Oliveira, Charles e Vinícius; Leandro Carvalho, Fernando Sobral e Rafael Sobis .
Fonte: Jornal Correio.