Política

SEU PREFEITO É POLÍTICO OU GESTOR?

Políticos dão tapinhas nas costas, gestores cortam gasto e buscam soluções para seguir em frente e, acima de tudo, não têm medo de tomar medidas duras pelo bem comum

Por Jorge Andrade

 

Quando assumiu sua primeira gestão, o prefeito Gernilson Requião encontrou um município marcado pelo lugar comum. Com a economia presa às atividades da Petrobras e empresas prestadoras de serviço, Catu vivia um cenário de estagnação econômica. O advento da crise econômica agravou a situação do município que viu sua arrecadação despencar e, em momentos mais agudos, torna-se insuficiente para as despesas mais básicas. Passou quatro anos, reeleito com ampla margem de voto, o prefeito da pacata cidade da Grande Salvador passou de estreante na política a um caso de estudo.  O motivo é simples: Como conseguir gerir um município sem renda e, ainda assim, conseguir realizar obras, manter o serviço de educação e saúde e os pagamentos em dia?

O fato real que desejo chamar atenção nessa coluna é a necessidade de ser austero na gestão dos parcos recursos públicos. Independente se o município tem ou não petróleo, se vive ou não de repasses – a grande maioria vive – é de extrema necessidade que e planeje com cada passo a ser dado na execução das atividades municipais. Tem sido assim em Catu. Quando o gestor abri mão da realização de uma festa junina e prioriza o pagamento da folha e dos fornecedores, ele está e comportando como gestor e não como político. Na realidade, a era dos políticos chega ao fim.

 

A população catuense não quer mais a figura caricata do prefeito que dá tapinhas nas costas e acalenta criança enquanto os fornecedores e os funcionários esbravejam por salários e pagamentos vencidos. Hoje se espera do gestor público a utilização das ferramentas de administração para que os municípios não penem em meio à crise. Tais ferramentas sempre existiram, e sempre foram preteridas. No atual cenário, onde cada moeda faz diferença, sua utilização é fator diferencial para o sucesso de qualquer gestão.

Assim como se exige que os prefeitos sejam menos políticos e mais gestores, exige-se que os legisladores deixem de ser figuras decorativas no palco administrativo e, de forma ágil e atuante, passem a ser parceiros dos gestores na construção de políticas públicas que valorizem a austeridade. Apresentação de bons projetos de lei, oitivas das demandas da sociedade e uma boa dose de criatividade, podem fazer que as 56 mil vereadores e vereadoras espalhados pelo país renda mais frutos como representantes primários do povo.

Atualmente, o que vemos em muitas câmaras municipais da nação é a simples e banal guerra pelo poder político. Oposição X Situação. Nessa guerrilha quem será que lembra das aspirações do povo?

Em suma, não irei soterrar o leitor com números e estatísticas, apenas deixo uma pergunta simples de ser respondida:

“O prefeito e os vereadores do seu município são políticos ou gestores? E  se forem gestores, como o prefeito de Catu mostrou-se? Vocês podem esperar uma administração que levará o município a uma travessia segura em meio ao mar da crise que, mesmo com os esforços até aqui realizado, ainda está encapelado. Caso contrário, apertem os cintos e se segurem nas cadeiras. A travessia será muito desconfortável para o povo que paga a conta.”