Educação

Sacola biodegradável desenvolvida por estudantes baianos é apresentada em evento internacional

A pesquisa científica tem transformado a vida de jovens da rede estadual de ensino ao conectar o aprendizado em sala de aula com os desafios do mundo real. Um exemplo disso é o projeto Ecosisal Bag, desenvolvido por estudantes do Centro Territorial de Educação Profissional do Sisal II (CETEP), localizado em Araci, que criaram sacolas sustentáveis a partir do bioplástico extraído do sisal – um recurso natural abundante na região. O produto já conquistou reconhecimento internacional e será apresentado no Encuentro Internacional de Semilleros de Investigacion RedCOLSIa, que acontecerá em Bogotá, na Colômbia, em outubro deste ano.

O protagonismo estudantil é a força motriz do projeto. Gabriel Silva, Nícolas Pimentel, Taiala de Jesus e Êdrian Andrade participaram ativamente de todas as etapas da pesquisa, desde os testes laboratoriais até a apresentação da inovação na Olimpíada Latino-Americana de Ciências e Tecnologia, que aconteceu no Paraguai. Agora, a equipe se prepara para representar o Brasil na Colômbia, ampliando o alcance do trabalho e trocando conhecimentos com pesquisadores de diferentes países.

“Minha primeira viagem de avião foi inesquecível, não apenas pelo frio na barriga na decolagem, como também pelo que representou: o impacto transformador do Ecosisal Bag na minha vida. O projeto me levou até Assunção, onde pude compartilhar nossa iniciativa com pessoas de diferentes países, trocando ideias sobre inovação e sustentabilidade. Entre conversas inspiradoras, sabores típicos e novas amizades, percebi como uma ideia local pode ter um alcance global. Ao olhar pela janela do avião no retorno, senti que essa viagem não foi só sobre cruzar fronteiras geográficas, mas também sobre expandir horizontes e enxergar um mundo de possibilidades”, conta Êdrian Santana, um dos estudantes envolvidos na pesquisa.

Ciência que transforma – Coordenado pela professora Pachiele da Silva, o projeto tem um forte compromisso ambiental. A proposta busca reduzir o impacto do plástico convencional, utilizando o bioplástico de sisal, um material sustentável e renovável. “Nosso objetivo é criar alternativas viáveis e ecológicas para o plástico descartável. Participar da competição no Paraguai foi uma experiência enriquecedora, pois reconheceu nosso esforço e nos motivou a seguir inovando”, explica a docente.

A pesquisa foi desenvolvida no laboratório da escola, com experimentos e ajustes até a obtenção de um produto viável. Além de contribuir para a sustentabilidade, o Ecosisal Bag valoriza os recursos naturais da região e pode gerar impacto econômico positivo. “A produção desse material pode impulsionar a economia local, criando oportunidades para trabalhadores rurais que cultivam o sisal”, acrescenta Pachiele.