Política

Reviravoltas na política catuense embaralha o xadrez do cenário eleitoral em Catu

Grupo demista desmorona e tenta salvação junto ao grupo capitaneado pelo Vereador Pequeno Sales e seu irmão Nardson Sales, ex-prefeito da cidade.

Já é era esperado, toda eleição acontece a dança das cadeiras das candidaturas catuenses. E nesse pleito não está sendo diferente. Quem começa a puxar a corda das desistências e mexer as peças do xadrez, é a chapa Guto Góes e Clara Sena, que  se  uniu com Pequeno Sales e Nardson.

Há cerca de 5 dias atrás, Catu recebeu a notícia que não representava uma novidade diante da desestruturação que o grupo oposicionista demonstrou durante todo período de pré-campanha. A retirada da candidatura da coligação liderada pelo ex-vereador  Guto Góes só ratificou uma expectativa que já pairava no ar.

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Em vídeo publicado nas redes sociais, o empresário justifica sua decisão, como uma tentativa de frear o crescimento do grupo de situação liderado pelo atual Prefeito Municipal Gera Requião (PT). Segundo o empresário, o crescimento se dá devido a participação de lobistas e da prática de uma política administrativa, que esquece da população mais pobre. O referido vídeo, assim como o anúncio da decisão feito no último dia 20/10, não alcançou grande repercussão nas redes sociais.

No mesmo vídeo, já defendendo as cores da campanha do Petebista, Guto Góes (DEM), afirma que o grupo que outrora apoiava sua candidatura continuaria coeso em busca da vitória nas urnas no próximo dia 15 de novembro. Entretanto, companheiros de primeira hora, como o Cássio Góes, primo de Guto Góes, já declaram apoio à chapa governista formada pelo vice-prefeito André Marques (PSD) e pelo Presidente da Câmara Municipal Marcelo Calasans (PODEMOS), em uma clara e inequívoca demonstração de que, o já combalido grupo demista, seguirá caminhos diversos.

Abaixo um resumo de como o grupo governou em suas oportunidades de mandato.

2000, o ano que Catu não esquece

Ao desembarcar no grupo político formado pelo ex-prefeito Nardson Sales e seu irmão, Pequeno Sales, Guto Góes deu um passo atrás na evolução política de Catu.

A gestão do então prefeito Nardson Sales foi registrada com a pior gestão municipal da história do município. Os resultados do desastroso período é sentido até hoje por centenas de servidores públicos, que tentam receber salários que deixaram de ser pagos pelo gestor. Muitos desceram à sepultura sem receber suas devidas remunerações, e as famílias seguem com longas lutas na justiça.

Outra marca indelével da gestão do médico Nardson Sales, o sucateamento do Hospital Municipal de Catu é lembrado até os dias presentes como uma das piores cenas da história da administração pública catuense.  As cenas das portas do HMC trancadas e repletas de cartazes com frases alusivas à falta de pagamento dos servidores, e de estrutura de trabalho assombram os catuenses nas redes sociais.

Outra situação vexatória, que nunca foi bem explicada pelo ex-gestor municipal, a perda dos campos de petróleo mais produtivos de Catu para o município de Pojuca-Ba, que trouxe prejuízos incalculáveis para as finanças da cidade e resultou na redução drástica da arrecadação oriunda do Royalties pagos pelo extração de petróleo. Até o presente momento, apesar dos esforços de outros gestores municipais, as terras de Catu ainda não foram restituídas ao município.

Tiro pela culatra

Muito embora em sua justificativa, Guto Góes alegue que a união dos grupos pode resultar no fortalecimento da oposição, uma análise fria da situação demonstra justamente o contrário. A falta de experiência exitosa na gestão da coisa pública, tendo em vista que a referência nesse sentido seria o ex-prefeito Nardson Sales, que ocupa a posição de vice na chapa encabeçada pelo vereador e irmão Pequeno Sales,  e a visível desestruturação dos grupos no que diz respeito nomes capazes de apresentar um projeto seguro para os próximos quatro anos que, ao que tudo indica, devido a pandemia do coronavírus, exigirão alto grau de experiência gerencial para enfrentar a queda na arrecadação e toda conjuntura nacional, convidam o eleitor para uma aventura que pode redundar na derrocada de 8 anos de equilíbrio financeiro que permitiram que Catu, mesmo em meio a crises nacionais, seguisse fornecendo todos os serviços públicos com alto nível de qualidade.

Além disso, o jogar da toalha do demista,  joga por terra o seu discurso de que estaria preparado para gerir os destinos de 60 mil pessoas. A patente incapacidade em avaliar os riscos de uma candidatura e os desafios que deveria suplantar na sua caminhada até a cadeira do executivo, deixam dúvidas se seria capaz de sustentar uma gestão complexas durante quatros anos. A desistência aponta para a total falta de planejamento estratégico e visão de cenários políticos, características fundamentais para qualquer pessoa que almeja exercer um cargo executivo.

Do outro lado  

Se a campanha oposicionista ganhará musculatura com a junção dos dois grupos, só os próximos dias demonstrarão. Mas, uma coisa é certa, o grupo situacionista demonstrou mais coesão e capacidade de atração. O erro estratégico de Guto Góes, poderá custar muito caro para o candidato Pequeno Sales (PTB), tendo em vista que, sem um recall positivo de administração pública, passa a carregar o peso de um grupo político que não conseguiu gerir a própria campanha eleitoral. Seria esse grupo que teria condições de manter nos trilhos o município de Catu?

A pergunta será respondida pelo eleitor. Ele terá que escolher entre oito anos de estabilidade, avanços e segurança gerencial, ou o embarque em um aventura liderança do estrategistas equivocados e gestores de trágicas memórias.

Por Jorge Andrade e Donaire Verçosa

Foto: Assessoria Guto Góes e Clara Sena