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Reflexões sociais foram destaques no desfile do 7 de setembro em Catu

A população catuense lotou as ruas da cidade para prestigiar o desfile de 7 de setembro, que trouxe o poeta abolicionista Castro Alves como homenageado

 

 

O desfile do sete de setembro lotou as ruas de Catu e encantou a população, que formou uma extensa plateia para prestigiar estudantes das escolas municipais e representantes de várias secretarias, desfilando devidamente caracterizados e com as fanfarras embalando as apresentações em comemoração aos 195 anos da independência do Brasil.

A vida e obra de Castro Alves foi o tema escolhido para o desfile desse ano, o poeta abolicionista que em 2017, se estivesse vivo comemoraria 170 anos. Castro Alves foi um grande ativista contra a escravidão no Brasil, retratando em suas obras críticas referente a situação social da época, os maus tratos sofridos pelos negros.

Trazer no desfile do 7 de setembro, a data da independência do Brasil, as obras de um poeta que lutou contra a exploração do negro, reforça a igualdade racial que é enfatizada até os dias atuais. É o que pontua o presidente da câmara de vereadores, Marcelo Calasans. “É sempre bom a gente está combatendo o preconceito, o racismo e trazer a vida de Castro Alves é válido para que a gente possa se conscientizar e valorizar porque todos nós temos raiz negra”, enfatizou Calasans.

Famílias inteiras foram às ruas para prestigiar as apresentações. Mães e pais levaram seus filhos para formar desde pequeno neles, a importância da data comemorada. Esse foi justamente o caso de Silmara Caxias, que levou seus dois filhos, Abraão e André, além de sua sobrinha, Mirela Caxias, para assistir ao desfile. “É um motivo de muita alegria estar acompanhando o desfile. Eu sou filha dessa cidade, mas meus filhos não são, então eu trouxe os dois pela primeira vez porque eu acho o evento muito lindo, isso relembra minha infância, esse momento único que é desfilar”, conta Silmara.

 

Paula Pereira, o marido Valnei Pereira e os filhos, se arrumaram desde cedo para ver o desfile. “É um programa de família, uma oportunidade de renovar a consciência cívica em tempos de lava-jato, desemprego, crise econômica, é o momento de renovar as esperanças e a fé no país, crer assim que dias melhores virão”, pontuou Paula.

As fanfarras abrilhantaram o desfile cívico, e esse ano, veio inovando com músicas que fazem parte do repertório da música POP brasileira e que fazem parte do cotidiano dos alunos, foram inseridas no desfile, estratégia pensada pelos professores das bandas para atrair a atenção dos jovens. A secretária de educação, Ana Teixeira, explicou essa inciativa: “Fanfarra é uma coisa mais alegre, não é uma banda formal, é mais lúdica. E é uma forma que os instrutores encontram de atrair os mais jovens e também fazer um repertório mais alegre”.

 

 

A segurança do evento ficou por conta da parceria entre a polícia militar e a Coordenadoria Municipal de Transporte e Trânsito, CMTT. Carlos Barbosa, diretor geral da Coordenadoria, explicou como funcionou a reorganização do trânsito para a realização do desfile. “Nós atuamos nos pontos mais conflituosos para controlar o fluxo, claro que existiram pessoas que tentaram burlar, mas conseguimos contornar a situação. Todos os agentes que se formaram atuaram hoje para ajudar”.

O Major Isnard Almeida, da 95ª companhia de Polícia Militar, acompanhou o desfile junto com outros policias e ressaltou que, é de fundamental importância a participação de jovens e adolescentes para que possa ser inserido neles noções de cidadania. Não houve tumultos, apenas um prenúncio já na finalização, no comércio, mas logo foi resolvido pela atuação eficaz dos policiais.

 

 

O espírito cívico ainda está muito presente nos corações catuenses. O prefeito da cidade, Geranilson Requião, esteve presente e contou sobre o significado dessa data para ele: “isso me faz voltar as lembranças de criança, tempo esse em que a gente valorizava a pátria, a cidadania e a defesa do nosso país. Desde que chegamos aqui, fazemos questão de realizar o desfile dando a prioridade que ele merece”.

Sete de setembro é o dia em que comemora-se a emancipação do Brasil de Portugal. Dom Pedro, príncipe regente do país, foi quem declarou a independência, às margens do Rio Ipiranga. Em pouco tempo, vários países da América, livres do domínio europeu, apoiaram oficialmente o ato. D.Pedro tornou-se o primeiro imperador do Brasil, recebendo o título de D.Pedro I. Então o país passou a ser uma monarquia, uma forma de governo em que os poderes são exercidos pelo imperador ou rei.

 

 

Autoridades como vereadores, secretários e o prefeito estiveram presentes do início ao fim das apresentações. Na programação, hasteamento das bandeiras e o hino nacional seguido do pronunciamento do prefeito Geranilson Dantas Requião. Que fez questão de parabenizar professores, alunos e todos aqueles que colaboraram para embelezar o desfile do sete de setembro na cidade.

O tema   abordado, a obra e a vida de Castro Alves, traz uma importante reflexão  profunda, nos dias atuais. onde a desigualdade social ainda impera, principalmente em relação aos negros no país, onde os indicativos mostram que ainda é uma parcela da população desmerecida, com relação a sociedade de um modo geral.

A população negra do país ainda é a que tem menos anos de estudos, mora em áreas periféricas, boa parte sem saneamento básico e  ganha os menores salários. “Se não fosse os programas socais, o negro ainda estaria mais à margem da sociedade, porque o preconceito é menor, mais ainda existe, e é por várias vezes pulsante na sociedade,” pontuou o prefeito Geranilson.

As alas das escolas abordaram por várias vezes a história escravista do negro no Brasil e a luta até a abolição, para que assim eles fossem livres. Hoje, a escravidão ainda é presente por conta da discriminação ainda incutida em determinados comportamentos socais, e a luta agora é pela conscientização da sociedade para que o  negro tenha o seu espaço e seus direitos garantidos, como determina a constituição  brasileira, que o cidadão não seja discriminado nem por cor, opção sexual ou religião.

 

 

 

 

Redação

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