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Rampa construída na câmara visa mais aproximação entre o povo e seus legisladores

A Câmara Municipal de Catu contará com um acesso e estacionamento especiais para os mais de 2.000 mil catuenses  com deficiência motora

A população brasileira é uma das mais heterogêneas que existem, o que inclui possuir um grande número de pessoas que possuem algum tipo de deficiência física ou limitação motora. Apesar de estarmos no século XXI, essa parcela da população ainda sofre por não possuir os mesmos direitos que o restante dos brasileiros.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, são 53.127 baianos que não conseguem se locomover de forma nenhuma e aqueles que possuem algum tipo de deficiência motora somam 694.467. Em Catu, os que possuem algum tipo de dificuldade de locomoção são 2.241 catuenses e aqueles que não conseguem se locomover de forma nenhuma são 205 pessoas.

Pensando nessa parcela da população, que tem direito à acessibilidade garantido na lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, a Câmara Municipal de Catu, através do presidente Marcelo Calasans, construiu uma passarela e um estacionamento, que viabilizarão o acesso ao plenário da casa do povo.

É antigo o desejo da população e o projeto de adequar a câmara aos cidadãos portadores de necessidades especiais, mas só esse ano o projeto saiu do papel. “A ideia surgiu quando os vereadores perceberam que não tinha acessibilidade para cadeirantes ou para qualquer outro tipo de deficiência. O objetivo é garantir o acesso ao plenário a todo público. Quem não pode vir, pode assistir pela TV Câmara e quem possui algum tipo de limitação, poderá acessar pela rampa que foi construída e será inaugurada em breve”, explica Calasans.

 

Os brasileiros que possuem deficiência acabam tendo direitos suprimidos. Eles não podem, por exemplo, participar das sessões realizadas semanalmente na Câmara dos Vereadores ou ter aceso aos eventos que acontecem na mesma. “As pessoas não respeitam, o poder público não se importa, mas, mesmo assim, não se pode entender isso como um favor prestado, é, na verdade, o cumprimento da lei brasileira de inclusão social”, afirma Luiza Câmara, presidente da Associação Baiana de Deficientes Físicos, ABADEF, que trabalha na causa há 37 anos.

Com previsão de inauguração em janeiro, a rampa e o estacionamento que foram construídos têm como objetivo trazer inclusão. A ideia agradou muito ao público para o qual foram construídos. Lismar Menezes Gonçalves, de 35 anos, faz uso da cadeira de rodas desde que nasceu e acredita que a construção da rampa só trará benefícios, uma vez que nas demais ruas da cidade, a locomoção é complicada. “Na cidade, muitos locais não têm rampas, o que é complicado, então a construção na câmara é muito boa, já estava na hora mesmo, afinal, a câmara é um lugar público, é uma reivindicação antiga nossa.”

 

 

 

A opinião de Lismar também é partilhada por Eliana da Conceição, de 61 anos, que faz uso da cadeira de rodas desde 1972. Moradora do bairro da Rua Nova, ela acredita que a possibilidade de cadeirantes terem acesso à câmara, é uma forma de entender que eles também fazem parte da população. “Achei excelente a ideia, e para quem gosta de participar, tendo alguma dificuldade de locomoção, é maravilhoso, a gente precisa estar ali no meio, conhecendo e sabendo das coisas,  e participando das decisões.”

 

A empresa responsável pela obra é a A3M Construções e Consultoria. Um dos proprietários da empresa, Arlisson Marques de Abreu, que também é engenheiro, pontua:“esse equipamento terá um impacto muito significativo para os moradores de Catu que visitam esse espaço. Para gente, é uma realização estar escrevendo o nome da nossa empresa no município de Catu”. A obra teve início há cerca de três meses e a previsão é que a rampa e o estacionamento sejam inaugurados em entre o final de janeiro e início de fevereiro.

 

 

Redação