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Prefeitura de Juazeiro remove estátua do ex-jogador Daniel Alves, condenado por estupro na Espanha

Ministério Público da Bahia havia recomendado a retirada de homenagem em cidade natal do ex-lateral

A Prefeitura de Juazeiro (BA) removeu a estátua do ex-jogador Daniel Alves na manhã desta segunda-feira. A retirada foi realizada após recomendação do Ministério Público da Bahia (MP-BA). O ex-lateral, nascido na cidade, foi condenado pela justiça espanhola a quatro anos e meio de prisão por estupro contra uma mulher no banheiro de uma boate de luxo de Barcelona.

O procurador-geral do município, Thiago Cordeiro, em nota publicada no site da prefeitura, exaltou a gestão da prefeita da cidade, após a decisão pela remoção da estátua. “A gestão Suzana Ramos trabalha pautada no cumprimentos das leis vigentes e sempre colaborando junto às instituições que regem as mesmas”, disse.

Em nota divulgada em março, o MP havia informado que o Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAODH) do órgão recebeu a manifestação feita por Manuella Tyler Medrado, militante por direitos humanos e residente do município, e encaminhou para a Promotoria de Justiça da comarca de Juazeiro para análise e adoção das medidas cabíveis.

“Valoriza a cultura do estupro, valoriza a imagem de um cara que cometeu estupro, valoriza a imagem de homem que cometeu violação e só está livre porque tem dinheiro, porque pagou”, disse a ativista em publicação no Instagram.

A estátua que o homenageia foi inaugurada na cidade em dezembro de 2020, cerca de um ano antes dele ser preso. Desde então, os moradores vêm pedindo a remoção da obra.

Em setembro de 2023 a estátua do ex-jogador foi vandalizada, sendo coberta com sacos pretos e fita adesiva, enquanto ele aguardava a sentença na prisão em Barcelona.

Em fevereiro, a estátua foi coberta com tinta branca. No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, cerca de 60 manifestantes exibiram cartazes com frases que ressaltavam a importância de conscientizar a sociedade sobre os direitos das mulheres.

A prefeitura da cidade, responsável pela instalação, em resposta às manifestações, disse que “repudia qualquer tipo de violência, mas até que o processo judicial em questão, que ainda está em trâmite, na fase de recursos, seja concluído, não haverá intervenção no monumento”. (MATÉRIA O Globo)

Redação