Petistas resistem a abrir mão de candidatura ao governo e querem que Wagner recue
Se Wagner desistir realmente de ser candidato, petistas têm defendido que a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, seja a postulante ao Palácio de Ondina.
A bancada do PT tem resistido a abrir mão de uma candidatura ao governo da Bahia para apoiar o senador Otto Alencar (PSD), e tem tentado incentivar o senador Jaques Wagner (PT) a voltar atrás e aceitar novamente disputar o Palácio de Ondina nas eleições deste ano.
Em uma reunião na manhã desta quinta-feira (24) no seu escritório na Avenida Paralela, em Salvador, Wagner anunciou a bancada que não seria mais candidato a governador. Diante desta desistência, o senador Otto Alencar (PSD) aceitou o desafio, mas antes quer saber se terá o apoio de toda a base para enfrentar as eleições.
O deputado federal Jorge Solla (PT) fez questão de divulgar nota à imprensa se posicionando contra ao PT abrir mão da candidatura ao governo. “Não reconhecemos nenhuma decisão que não passe pelas devidas instâncias partidárias. O órgão máximo de definição da tática eleitoral é o encontro partidário. O PT é um partido político, diferente de outros, que não tem dono, tem instâncias de decisão que são respeitadas. Conclamo as bancadas federal e estadual do PT, prefeitos e vereadores, dirigentes e militância, a defender a candidatura própria do PT com Wagner governador”, disse Solla, que é da corrente petista Avante, uma das principais do partido.
O deputado federal Valmir Assunção (PT) disse que não há motivo para o PT desistir de uma candidatura. “O PT tem o nome que unifica que é Jaques Wagner. O nome que mais tem unidade com o presidente Lula. É o nome que criou esse processo democrático e de transformação da Bahia. Por que o PT vai abrir mão de um nome que nem o de Jaques Wagner? Não tem nenhuma explicação. Diante disso, acredito que a manutenção do nome de Wagner é a melhor estratégia para a gente ganhar a eleição, aumentar a bancada federal e estadual. Não quero acreditar que se vai abrir mão do governo para a gente ter a vaga ao Senado. Não pode ser. Otto Alencar é um excelente senador. Pode ser um excelente governador, mas pode continuar no Senado ajudando o presidente Lula e defendendo a Bahia em sintonia com Jaques Wagner. Para quê mexer nessa política?”, questionou, em entrevista ao bahia.ba. Valmir é da corrente Esquerda Popular Socialista (EPS).
O secretário de Combate ao Racismo do PT Bahia, Ademário Costa, também se manifestou e afirmou que precisa haver um discussão interna sobre o PT abrir mão da candidatura a governador. “A militância precisa participar do debate e da decisão e nós vamos lutar para isso. Não aceitaremos nenhuma decisão sem ser nessas condições. (…) A militância não aceitará imposição, é preciso debate”, salientou.
A avaliação da bancada do PT é que, se o partido não tiver candidato ao governo, haverá uma enorme redução no número de deputados. Em 2018, devido à candidatura de Rui ao Palácio de Ondina, o PT baiano teve 175 mil votos de legenda para Câmara dos Deputados, e 230 mil para a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). A sigla elegeu oito parlamentares federais e 10 estaduais.
Se Wagner desistir realmente de ser candidato, petistas têm defendido que a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, seja a postulante ao Palácio de Ondina.
Fonte:Bahia.ba