O susto de todos pela sinceridade
Em tempos de “malandragem”, sinceridade no futebol assusta. Atos iguais ao do zagueiro do São Paulo, Rodrigo Caio, merecem destaque, mas também merecem acontecer mais vezes.
Taxar a sociedade brasileira como corrupta seria leviano pelo simples fato da generalização. Então qual seria o motivo para explicar tamanha repercussão no lance que envolveu Rodrigo Caio e Renan Ribeiro, ambos do São Paulo, e o atacante Jô, do Corinthians?
Vamos ao lance: Ainda no primeiro tempo, após bola lançada pelo time corinthiano, o zagueiro Rodrigo Caio protegeu a bola e ao ser pressionado pelo atacante do Timão acabou pisando no goleiro Renan Ribeiro. O árbitro Lúcio Flávio de Oliveira, meio que sem ver nada, mas ao mesmo tempo parecendo ver tudo, aplicou um cartão amarelo para Jô. Para o São Paulo, a advertência aplicada seria importante para o jogo de volta, já que o atacante estava com pendurado e estaria de fora por suspensão.
Assistindo a todo lance, Rodrigo Caio não pensou duas vezes. Sinalizou o árbitro que foi ele que tinha tocado no goleiro são-paulino. Lúcio Flávio prontamente cancelou o cartão amarelo e bateu palmas para o zagueiro. A atitude já repetida em tantos outros esportes deveria ser comum no futebol. Ganhar “roubado”, como já disse uma vez o goleiro Felipe, enquanto defendia as cores do Flamengo, era mais gostoso. Sua carreira de lá para cá, só despencou. Tudo tem seu preço, inclusive as palavras e as atitudes dentro do futebol.
“Não fiz nada demais, fiz só o que deveria fazer”, disse Rodrigo Caio. A sinceridade ainda assusta. No futebol ainda mais.
O atacante Jô elogiou a atitude. “Parabéns para o Rodrigo Caio, que teve atitude de homem”.
O futebol precisa disso. O esporte é saudável e não tem espaço para trapaças e jogadas de espertezas. Que ganhe sempre o melhor. Que perca sempre a desonestidade!!