O que está acontecendo em Maceió?
Situação que vem causando trabstornos a população local é causada pelo possível colapso de mina da Braskem, á o risco de afundamento de solo.
A extração de sal-gema, utilizada na fabricação de soda cáustica e PVC, começou na década de 1970 em Maceió, com a Salgema Indústrias Químicas S/A, que se tornaria a Braskem. Havia autorização do poder público.
As primeiras rachaduras surgiram em fevereiro de 2018, sendo uma com 280 metros de extensão.
O primeiro tremor foi registrado no mês seguinte, causando rachaduras e crateras no solo, além de danos em imóveis.
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) confirmou em 2019 que a instabilidade no solo foi causada pela mineração.
Em junho daquele ano, iniciaram-se as evacuações nos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro. A ordem se estendeu a parte do Bom Parto e do Farol.
Até agora, mais de 14 mil imóveis precisaram ser evacuados, com cerca de 55 mil pessoas afetadas.
Desde então, a Braskem iniciou o processo de fechamento e estabilização das 35 minas espalhadas por Mutange e Bebedouro, com profundidade média de 886 metros.
Em novembro, cinco tremores de terra constatados pela Defesa Civil levaram a um alerta de “risco iminente de colapso em uma das minas”, a de número 18, que fica próxima à lagoa Mundaú.
O fenômeno pode afetar outras duas minas, de acordo com o professor da Universidade Federal de Alagoas, Abel Galindo, formando uma cratera que caberia o estádio do Maracanã.
Caso o colapso completo se confirme, a Defesa Civil afirma que o fenômeno tornaria a água da lagoa salgada, a região sendo impactada “de forma bastante trágica”.
Estão em Maceió equipes da Defesa Civil Nacional e do Serviço Geológico do Brasil, além de ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O governador Paulo Dantas (MDB) afirmou que “esse desabamento pode ocasionar a formação de grandes crateras.
O prefeito do município, João Henrique Caldas (PL), decretou estado de emergência por 180 dias desde a quarta-feira e instalou um gabinete de crise para lidar com a situação.
A Braskem afirma que “a área de serviço da empresa, onde são executados os trabalhos de preenchimento dos poços, está isolada desde a tarde da terça-feira, em cumprimento às ações definidas nos protocolos de segurança”.
“Todos os dados colhidos estão sendo compartilhados em tempo real com as autoridades.”
A empresa também diz que 99,3% dos imóveis da área de risco já foram realocados desde novembro de 2019.
Ainda segundo a Braskem, os dados monitoramento demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área desta mina e que há dois cenários possíveis.
“Um cenário é de acomodação gradual e estabilização; o segundo é uma possível acomodação abrupta.”
‘Chegaram de madrugada e me deram cinco minutos para sair’
A advogada Andréa Karla Cardoso Amaral, 54, foi despejada de sua casa na madrugada de quinta-feira.
Ela já sabia que havia essa possibilidade, mas imaginava que seria pela manhã, não naquele horário.
“Eram 2h da manhã e chegaram a polícia, Defesa Civil, mais de 60 pessoas. Me deram cinco minutos para aprontar as coisas, com meus dois filhos adolescentes”, conta.
“Tivemos só esse tempo, mas fiquei no bairro por outras duas horas, tentando dar suporte a clientes que passavam pelo mesmo problema.”
Andréa diz que pediu mais tempo aos oficiais, mas não permitiram. Conseguiu pegar os documentos e saiu por medo da ameaça de prisão.
Levou os filhos para a casa da sogra de um e não conseguiu dormir, voltando ao imóvel duas vezes na quinta-feira.
“Fui na Defesa Civil na quinta-feira, para tentar recuperar minhas coisas, além de eletrodomésticos, para levar a um novo lugar”, diz.
“À tarde, voltei para dar uma entrevista e rapidamente chegaram os carros. Me deram 10 minutos para tirar o que pudesse. Por que não me deram 24h, para fazer tudo com calma? Isso que não entendo.”
Andréa está na casa de uma irmã e ainda tenta ordem judicial para retirar mais pertences. O que mais dói, de acordo com ela, é que a filha mais nova, de 15 anos, perdeu o refúgio e está muito abalada.
“Ela gostava muito do próprio quarto. Chora bastante, o dia inteiro, porque é muito caseira. Cresceu ali. Me pede para voltar ao quarto”, diz.
“Quero dar a ela esse lugar seguro de novo, mas é muito difícil. Não saímos antes porque consideramos a indenização abaixo da avaliação.”
‘Chegaram de madrugada e me deram cinco minutos para sair’
A advogada Andréa Karla Cardoso Amaral, 54, foi despejada de sua casa na madrugada de quinta-feira.
Ela já sabia que havia essa possibilidade, mas imaginava que seria pela manhã, não naquele horário.
“Eram 2h da manhã e chegaram a polícia, Defesa Civil, mais de 60 pessoas. Me deram cinco minutos para aprontar as coisas, com meus dois filhos adolescentes”, conta.
“Tivemos só esse tempo, mas fiquei no bairro por outras duas horas, tentando dar suporte a clientes que passavam pelo mesmo problema.”
Andréa diz que pediu mais tempo aos oficiais, mas não permitiram. Conseguiu pegar os documentos e saiu por medo da ameaça de prisão.
Levou os filhos para a casa da sogra de um e não conseguiu dormir, voltando ao imóvel duas vezes na quinta-feira.
“Fui na Defesa Civil na quinta-feira, para tentar recuperar minhas coisas, além de eletrodomésticos, para levar a um novo lugar”, diz.
“À tarde, voltei para dar uma entrevista e rapidamente chegaram os carros. Me deram 10 minutos para tirar o que pudesse. Por que não me deram 24h, para fazer tudo com calma? Isso que não entendo.”
Andréa está na casa de uma irmã e ainda tenta ordem judicial para retirar mais pertences. O que mais dói, de acordo com ela, é que a filha mais nova, de 15 anos, perdeu o refúgio e está muito abalada.
“Ela gostava muito do próprio quarto. Chora bastante, o dia inteiro, porque é muito caseira. Cresceu ali. Me pede para voltar ao quarto”, diz.
“Quero dar a ela esse lugar seguro de novo, mas é muito difícil. Não saímos antes porque consideramos a indenização abaixo da avaliação.” (Fonte BBC News)