O primeiro final de semana do ano teve diversão garantida na Festa de Reis
O bairro Barão de Camaçari atraiu uma multidão de pessoas para a Festa de Reis com atrações catuenses que foi do sacro ao profano nos três dias de celebração
Do sacro ao profano. A mistura que impera nos festejos de Reis desde que começou no ano 1953, organizada pelo senhor Alicio de Araújo Vasques (In memorian), atrai uma multidão todo ano, ao bairro Barão de Camaçari, conhecido como “Ramela”, encheu as ruas do bairro novamente esse ano.
O início no Coreto da Praça central, na sexta-feira(05), foi o “Esquenta”, que teve início às 21h, com Miguel Morales, Mari Rios e Manuela Santos.
A parte sacra da festa teve homenagem aos Reis Magos que segundo as escrituras sagradas, presenteou Jesus Cristo com ouro, incenso e mirra assim que ele nasceu, traz um momento de reflexão para a identidade histórica.
Para o Padre João Andrade, que celebrou a missa na Capela Cristo Rei, no sábado(às 18h), “ é um momento de termos mais conhecimento sobre a tradição, como cristãos, remontamos todo o conhecimento que nos confere. A visita dos Reis Magos significa os povos que vieram procurando Jesus que trabalha com a ideia de libertação. É festa e conhecimento reunidos”. Destacou o Padre.
A tradição é mantida com a ajuda de uma comissão organizadora que hoje mescla senhores(as) e jovens, chamados de guardiões da festa, que foram homenageados pela secretaria de Educação e Cultura , pelos serviços prestados a comunidade.
Moradores também viram a festa como uma oportunidade de negócio. Nilvan Souza (28), desfrutou do momento como um lucro nas vendas de bebidas, “essa festa que é tradicional, garante uma renda para muitos que estão desempregados”.
Para Cristina Anjos, que além das barraquinhas, vendia salgados, é mais um complemento, “temos uma boa expectativa para a comida, é um drible que estamos dando na crise, e claro levando o melhor para o público. ”
Por se tratar de uma festa tradicional, tem gente que já marca presença todo ano nos Festejos que homenageia os três Reis Magos. É o caso de Ivanildes Lima (73), que estava acompanhada de sua irmã e que tem presença garantida há muito tempo, “é uma festa boa, porém diferente das que eram feitas. A reunião para montar bandeirolas, os artistas que vinham de Salvador, a fé das pessoas. Era uma coisa maior”. Conta.
O diretor do departamento de cultura, vinculado à secretaria de Educação e Cultura, João Ferreira Jr, enfatizou como a festa é importante para preservar conhecimento as novas gerações, “é uma junção de valorização e oportunidade. É um resgate de tradições que não podem deixar de existir. Esse movimento anual contribui para o conhecimento de nossos artistas e de nossa origem e promoção da cidade.”
Ele ressalta ainda que a segurança de todos sempre foi preservada durante os cinco anos, “estamos felizes, pois a festa sempre garantiu a integridade da população. É uma missão desafiadora, mas que sempre conseguimos ter o controle. ” Pontua.
Marcelo Gomes (33) que estava acompanhado de sua esposa Luana Batista (29) e de sua filha Alice Maria (03) destaca o que espera da festa, “estamos confraternizando em família. É uma oportunidade de nossa filha aprender a importância do valor histórico da celebração.”
Para celebrar a festividade, o som diversificado do cantor catuense Miguel Morales colocou quem assistia para mexer o corpo e enfatizou que a festa continua com a mesma euforia, “é uma alegria está com o público de Catu que é quente ” (risos).
No sábado, foi a vez do Terno de Reis acompanhado pelo Grupo da terceira idade Estrela D’Alva e do samba de viola de Fiscal e sua Gente, além de todo o pagode da banda catuense, que é promessa do carnaval de Salvador Assombra. A atração reuniu uma massa empolgada que lotou a Barão de Camaçari com coreografias que estão na moda nesse verão, embaladas pela sua equipe de dança, que mostrou tem toda intimidade com as coreografias. Em seguida o grupo Selva Branca fechou a noite.
O domingo pela manhã teve brincadeiras e muita atividade lúdica e cultural. A tarde foi a vez do esperado bloco das meninas, que é composto em sua maioria de homens moradores do bairro, que se vestem de mulher e vão as ruas fazer o afamado ‘Arrastão’ que há anos é puxado pela banda ‘Na Pegada’.
O encerramento foi ao estilo sertanejo romântico, com uma mistura de sofrência e arrocha. E o cantor catuense Dinho Klef, conhecido como Safadinho do Brasil, fez os casais dançarem com ao som de sua música nova de trabalho, ‘Chora pela ex’, também composições de diversos artistas que viraram sucesso no passado e também atualmente, fechando a festa às 23h da noite, que já é a mais esperada do público catuense.
Autoridades municipais, como o Presidente da Câmara, Marcelo Calazans, que fez questão de prestigiar os festejos, ressaltou o valor da festa para o município, “é uma festa típica que mantém a mesma energia de sempre. O mais interessante, é que ela resgata o tradicional e assim coloca a cidade com a colaboração dos moradores em um quadro culturalmente valorizado”.
O Prefeito Geranilson Requião, lembrou como o bairro é fiel a cerimônia anual, “vemos o envolvimento cultural e artístico dos cidadãos, então posso afirmar que é um evento que certamente perdurará. O que me chama atenção é que temos uma nova geração participando, as crianças, que consequentemente aprenderão cada detalhe dessa festa. ”
Reportagem: Donaire Verçosa e João Vitor Araújo
Fotografia: Antônio Vitor e Euzer Verçosa