O amor como recompensa para quem adota animais abandonados
Veterinário explica como a adoção de animais influenciam na condição emocional das pessoas e até pode ajudar no tratamento de saúde de ambos
Assim como os seres humanos, os animais precisam de amor e atenção. A responsabilidade de cria-los é uma das principais causas de muitos abandonos por aí. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), O Brasil tem trinta milhões de animais abandonados nas ruas.
A realidade em Catu não é diferente. Entretanto, existem pessoas que se dedicam a causa animal. A educadora Kátia Alcântara, por exemplo, tem um cachorro e dois gatos, além de cuidar de mais onze na rua. Ela destaca que levantar a bandeira pela adoção é um dever de todos, “os bichinhos, assim como nós, precisam de amor. A causa é muito árdua, os animais de rua são invisíveis para a nossa sociedade.”
Além disso, ela reitera que, “os recursos para cuidar bichos são poucos, seria necessário que houvesse muito mais políticas públicas para dar conta de todo cuidado com eles., mas se cada um fizer a sua parte, as coisas serão muito mais fácies. Eu mesmo sinto uma pessoa melhor porque sei o quanto os animais precisam da gente e procuro fazer a minha. ”
Prova de que os cachorros de rua são carentes de amor e a atenção, é o caso da cadela Lilica, adotada por seu Joaquim Marcelo (53) há quatro anos, “sai com meu cachorro e quando cheguei no centro de abastecimento a encontrei, o detalhe é que ela me seguiu até minha casa e passei a dar comida e água, e insistentemente ela não quis mais sair daqui e me convenceu pela sensibilidade no olhar, são quatro anos aqui. Já comprei briga com minha esposa por eles (risos) ”, conta.
Seu Marcelo que tem 5 cachorros, conta os problemas que precisou vencer com Lilica, “ela sempre teve o mesmo tratamento que os demais. Me sensibilizou muito, depois que ela teve um câncer no útero e passou por um tratamento quimioterápico. O mais surpreendente é que depois do tratamento ela teve três gestações, e todas bem-sucedidas. Quando temos zelo e amor tudo conspira a favor”, Relata.
Para o veterinário Andrei Moiteiro, a adoção, além de ser um ato de amor, é algo que exige responsabilidade, “a vida do ser humano é agitada, e o despreparo pode ser algo que faça o animal se sentir solitário. O psicológico do pet precisa estar bem, para sua imunidade estar à altura dos seus sentimentos e assim não adoecerem. Por isso, é preciso educar o animal adotado com carinho e atenção. Muitas vezes, eles já passaram por dificuldades e tudo isso compromete sua saúde emocional”, enfatiza.
O Doutor Andrei lembra ainda que o abandono de animais traz outros riscos graves, “o animal abandonado, por estar na rua sem tratamento, se torna um reservatório e transmissor de doenças”, aponta. Ele salienta que, “uma pessoa deve levar em conta o espaço e o tempo para cuidar de cães e gatos. O animal nasce com uma índole e o meio ambiente vai oportunizá-lo a desenvolver ou não esse comportamento.”
Outro fator que deve ser levado em conta é a despesa que os donos dos animais poderão ter. É o caso de Dona Maria José, que chega a gastar R$360,00 em 50KG de ração por mês para alimentar dezoito gatos. Ela, que começou cuidando de dois, conta como chegou a tamanha quantidade: “Encontrava sempre na minha porta, e isso me comovia porque não suportaria vê-los passar fome, sede, frio. É uma despesa, mas meu amor por eles supera qualquer valor”. Ela também destaca que acredita que os animais são melhores que os humanos, por nos dar tanto carinho e não pedir nada em troca. “É lamentável encontrar pessoas que os maltratem”, pondera.
Além do ato de amor em adotar um animal e tirá-los da rua, estudos apontam que possuir animais de estimação reduz casos de pessoas com problemas cardiológicos. O companheirismo oferecido por ele, além de mudar sua vida, muda também a de quem os adota.
Kátia tem vários gatos para adoção e conhece vários protetores que tem cachorros para serem recebidos em lares amorosos. Quem tiver interesse, pode procurar o facebook dela, ‘Kátia Alcântara’ através desse link, (/www.facebook.com/katia.alcantara.96) e enviar uma mensagem. Para esses que desejem experimentar a experiência de adotar um PET, a protetora manda um recado: ” quem adota um animal de estimação disposto a se doar, a amar de verdade, é alguém muito mais feliz, de bem com a vida, e que vai viver muito mais.”
Reportagem: João Vitor Araújo
Edição de texto e Produção: Donaire Verçosa