Na TV, Bolsonaro aponta maioria no Congresso e Lula fala de orçamento secreto
Petista também explorou inflação dos alimentos e atual presidente criticou apoios de Tebet, Ciro e FHC.
No horário eleitoral dos dois candidatos à Presidência da República, a relação com o Legislativo deu o tom de pelo menos parte dos programas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mas enquanto o primeiro exaltou a bancada eleita e enfatizou que terá mais condições de levar adiante suas pautas, o segundo focou no uso do orçamento secreto pelo seu adversário.
Primeira a exibir seu programa nesta quarta-feira (19), a coligação do PT afirmou que o orçamento secreto seria o maior escândalo de corrupção da história do Brasil. Ao tratar do “toma-lá, dá-cá'”, como diz a propaganda, apontou que isso seria usado para comprar o apoio de deputados. Na peça, passou a citar diversas reportagens sobre casos que tiveram origem nas emendas do relator, como uma pequena cidade que fez mais exames de HIV que São Paulo ou outra que apontou ter extraído 14 dentes de cada habitante, incluindo crianças e bebês, para justificar o recebimento de repasse. Lembrou também dos primeiros presos por conta do esquema. Em contraposição, a propaganda lembrou dos cortes em verbas para o combate ao câncer, para creches e o Farmácia Popular.
Antes disso, a campanha de Lula focou na questão da economia, sobretudo na inflação dos alimentos, como tem sido um norte neste segundo turno da disputa eleitoral.
No caso de Bolsonaro, o programa voltou a dizer que Lula não foi absolvido nem inocentado das acusações imputadas pela Lava Jato. Por causa disso, a propaganda teve uma pequena parte cortada pela Justiça Eleitoral. Depois, porém, ressaltou, nas palavras do próprio presidente, o orgulho com a composição da Câmara e do Senado que foi eleita. O presidente e pessoas entrevistadas enfatizaram que Lula não conseguiria governar e aprovar seus projetos com o Congresso que tomará posse e que, por isso, seria melhor fazer a escolha por manter o atual presidente.
No fim da propaganda, a campanha de Bolsonaro exibiu uma peça que usa falas da senadora Simone Tebet (MDB), do ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT), do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) contra Lula. Todos apoiam o ex-presidente e, por isso, a propaganda do chefe do Executivo termina dizendo que eles são todos “farinha do mesmo saco”.
FONTE: O TEMPO/ Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados