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Luto no jornalismo baiano: morre o radialista Raimundo Varela


Um dos grandes nomes da TV e rádio baiano nos últimos 50 anos, o radialista Raimundo Varela morreu aos 75 anos nesta quinta-feira, 7/9. O motivo da morte ainda não foram divulgados pela família.

Natural de Itabuna, veio para Salvador com os pais ainda criança e cresceu no bairro de Periperi, no Subúrbio Ferroviário.

Varela dedicou quase 50 anos à comunicação no radialismo, com passagens pelo rádio (Band FM, Rádio Clube, Salvador FM e Sociedade) e televisão, na Band e Record TV Itapoan. Na Sociedade da Bahia, fez o Balanço Geral, uma das maiores audiências do segmento nas primeiras horas da manhã, que teve nomes como Fernando José, Moisés Azevedo e Genildo Lawinsky. Ele começou como jurado de programas de calouro e conviveu com Alexandre Seixas, um dos maiores produtores-executivos da comunicação baiana. Integrrou também da crônica esportiva baiana por muitos anos.

Greve 1990

Em outubro de 1990, participou ativamente da greve geral de 3 dias no rádio e TV de Salvador, inclusive fazendo piquete, e, ao falar do assunto nos programas, disse que jamais se imaginou grevista na vida. Participou diretamente ao ouvir da Direção do Sindicato que a categoria havia decidido parar por melhores condições de trabalho e salário. Mesmo com contrato diferenciado não pensou duas vezes em apoiar a partir das 5h da manhã de 2 de outubro.

Doença

Em 2006, problemas renais e de diabetes afetarem a saúde de Varela. Precisou ser internado às pressas no Hospital Aliança em Salvador e logo em seguida, transferido para o Hospital Osvaldo Cruz, em São Paulo. Três meses depois, foi submetido a um transplante de fígado e rim.

Em 2008, Varela tentou ingressar na política e ensaiou uma pré-candidatura à prefeitura de Salvador pelo PRB.

Velório Varela — Foto: Dalton Soares

Velório

O velório de Raimundo Varela, um dos maiores comunicadores da Bahia, que faleceu nesta quinta-feira (7), reuniu desde o início às 13h da tarde desse 7 de setembro, no cemitério do Jardim da saudades (Salvador -Bahia), amigos e colegas de profissão do apresentador. Entre os presentes, estavam nomes como Carlos Alves, diretor-geral da Record TV, Pedro Senta Se, repórter da Record TV que hoje também apresenta o Balanço Geral, e Adelson Carvalho, que comanda o programa Cidade Alerta. Após o velório o corpo do apresentador será cremado.

Varela, teve vários trabalhos antes de entrar na comunicação, mas foi nessa área que se consolidou e dedicou-se por mais de 40 anos.

  ‘Convivi com Varela por muitos anos. Conheci a personalidade e o profissionalismo do mesmo. Sempre apoiou iniciativas que beneficiavam a categoria enquanto estive presidente do Sinterp”. Força e resignação à família, amigos e parentes’. Destacou Yancey Cerqueira, ex-presidente do Sindicato dos Radialistas e Publicitários da Bahia. (Radialista DRT/BA 06)

Motivo do bordão “bota o fone, Zé!”, o técnico de som José Serra trabalhou com Varela por 26 anos, em três veículos diferentes. Segundo ele, o que era uma relação de trabalho tornou-se uma amizade com nível quase familiar. “Ele foi um ícone, um exemplo de vida para mim, tanto de ser humano como de profissional. Eu sou um pouco suspeito para falar sobre ele, mas ele é um exemplo de homem, de pai, de irmão e de amigo”, diz.

José conta que, por mais que a reação mais comum das pessoas ao começar a trabalhar com Varela fosse de medo, não havia motivo para isso. “Ele era um profissional na essência da palavra, porque ele só queria uma coisa: que nós fizéssemos o certo. E também que ajudássemos se ele estivesse exagerando. Ele sempre dava essa liberdade de opinião. Era uma pessoa acima da média”.

Para Adelson Carvalho, colega de emissora e amigo de Varela, o legado que ele deixa é de um jornalismo de honestidade. “Ele sempre me disse: ‘Adelson, não queira agradar ou desagradar. Vai em cima do fato. A gente não deve falar da pessoa, mas dos atos daquela pessoa’. Esse é o jornalismo que tem que ter credibilidade, ele sempre se preocupou com a credibilidade do jornalismo, e isso eu carrego. Nós temos essa missão que é honrar o jornalismo e, agora, honrar o nome dele”, declarou.

(Com informações do Bahia On e Correio 24h)

Redação