PSICOLOGIAS E COMPORTAMENTOS

Laís Souza revela abuso de cuidadores após ter ficado tetraplégica

Ex-ginasta, que ficou tetraplégica num treinamento para as Olimpíadas de Sochi 2014, contou que teve medo de ser morta após denunciar os abusos.

A ex-atleta Laís Souza, que ficou tetraplégica após um acidente ocorrido há quase dez anos, revelou que já sofreu abuso por parte de cuidadores. As revelações foram feitas em entrevista ao podcast Café Com Mussi, do ex-BBB Rodrigo Mussi. No programa publicado no domingo (27/8), Laís conta que foi vítima de quatro pessoas, homens e mulheres, e que sentiu medo ao denunciar os criminosos.

A ex-ginasta perdeu os movimentos dos braços e das pernas após sofrer um acidente esquiando em 2014, quando treinava para as Olimpíadas de Inverno de Sochi 2014.

Atualmente com 34 anos, a ex-atleta tem se dedicado a dar palestras e atua na área das artes plásticas. Ao falar sobre os abusos, Laís revelou que não foi a primeira vez, mas que foram abusos inesperados.

“Já fui abusada antes, quando tinha quatro anos, e depois do acidente, que foi quando realmente fiquei super vulnerável. Foram abusos inesperados. Eu estava totalmente vulnerável: deitada, dormindo… não estava nem vendo o que estava rolando. E não tenho sensibilidade em 100% do corpo. Sinto que está tudo certo e a pessoa se aproveita daquilo. Se eu deitar de barriga, acabou, não sei o que está rolando porque tenho pouca sensibilidade. São muitos procedimentos que preciso fazer de barriga para a baixo. Isso é só um exemplo”.
Em outro trecho do bate-papo, a ex-ginasta detalhou como os abusos aconteciam. “A maioria [dos abusos] foi quando eu estava quase dormindo. Já aconteceu tanto com homem quanto com mulher. Com homem gay, mulher gay… é uma parada estranha, mas a gente tem que se educar e ‘ver’ mais essas coisas. Quem já passou por isso sabe que quem tem que ouvir é o homem hétero, mas também a população em geral. Nosso corpo é nosso corpo, não tem que ser invadido.”

Ainda segundo Laís, mesmo após denunciar os casos de violência sexual, ela sentiu medo de represálias. “Simplesmente denunciei. Em alguns casos, me deu medo. Fiquei com medo de a pessoa vir atrás e vir me matar. Medo e insegurança”.

“Minha confiança é bem abalada. Para confiar em alguém, tenho que saber realmente quem está ali, conversando, convivendo… quando vai entrar um cuidador, a gente fica um bom tempo treinando. Explico para ele como quero. Deixo cada coisa no seu lugar para que não tenha nenhum pontinho em que ele precise dar um passo para lá que eu não saiba. Tento fazer com que tudo esteja no meu controle”, finalizou. (Fonte: Correio Braziliense)

Donaire Verçosa

Dir. Jornalismo do Site Catu Acontece. Graduada e de família Catuense! Prezo pelo jornalismo imparcial.

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