Jiu-jitsu: a arte suave que arrebatou o coração de Vanderson Gonçalves e o fez formador de atleta
O hobby que virou coisa séria, e ocupou a vida do sensei Vanderson Gonçalves, o fazendo a auxiliar na fundação do primeiro centro de treinamento em Catu, onde 200 atletas catuenses foram formados.
Vanderson Gonçalves, conhecido como “Van”, 33, casado com Thais Gonçalves, natural de Pojuca, mora no centro de Catu atualmente, e reside na cidade há 33 anos. Se classifica como um apaixonado pelo jiu-jitsu, sentimento despertado depois de um convite: “um amigo me convidou para participar de uma aula, a princípio fui preconceituoso como várias pessoas são, mais aprendi que antes de conceituar, precisamos aprender sobre.”.
Quebrar padrões e vencer o medo foi o primeiro desafio de Van, isso no ano de 2008.“É um esporte que me traz paz quando estou lutando, mas no início eu tinha medo, achei que quebraria perna, pé, braços e não era nada disso que pensei, rsrs…” A arte suave, como é conhecida o jiu-jitsu, sempre foi para “Van” um hobby que levava à sério: “participei de várias competições no começo, porém mais para incentivar os amigos que treinavam comigo que eram poucos: Douglas, Adan, Rodrigo.”
O esporte tem mudanças de faixa, que consiste em habilidades e comprometimento com a prática, e que constroem o caminho a ser percorrido, mas o atleta não se importou com isso:
“Não dei importância a graduação não, no tempo Catu não tinha uma academia específica para treinamento de Jiu-jitsu, diante dessa situação treinávamos por hobby mesmo, sem compromisso, com o tempo conseguimos abrir a primeira academia de Jiu-jitsu de Catu que é o Centro de Treinamento Pássaro X, a partir daí houve uma profissionalização.”.
De um jovem solteiro a hoje um homem casado, de seus 20 anos para os 33 anos, já se vão 13 anos da prática do Jiu, o que o ajudou na sua construção e visão de vida como cidadão, revela o atleta, e destaca seus mestres e inspiradores: “como Catu naquela época que o jiu começou, não tinha um faixa preta para instruir na modalidade, posso citar o primeiro faixa preta que me graduou faixa azul, que para mim é uma referência que foi Sensei Mauro Salomão da equipe Edson Carvalho.
Sobre aos desafios a serem superados para aqueles que desejavam participar, Vanderson destaca:
Já existiram muitas dificuldades, principalmente por não termos uma pessoa responsável na cidade pelo esporte, hoje a cidade possui 2 faixas pretas, ao qual sou um deles, e através da academia surgiram vários atletas na cidade, inclusive outras academias da modalidade. Isso é um grande feito, pois o principal objetivo quando abrimos o CT Pássaro era esse, multiplicar atletas em nossa cidade motivo qual existe o “X” do Pássaro X, por isso esse Centro de Treinamento me representa, já que faço parte dessa construção da primeira academia de Jiu-jitsu da cidade ” éramos faixa branca ainda( Sensei Douglas e Vanderson), contudo fomos ousados ao tentar esse feito, que deu super certo. Nosso maior compromisso sem dúvidas é com a qualidade de ensino. Muito bom saber que influenciamos gerações.” Pontua.
“Infelizmente os custos ainda saem altos, porém tentamos sempre colaborar com os atletas que tem interesse em participar dos campeonatos, normalmente a matrícula é por conta do atleta, daí procuramos meios para poder levá-los ao local da competição. ÀS vezes a prefeitura colaborava com transporte, o que facilitava para a mobilidade assim diminuia os custos. “ Destaca o Sensei Vanderson.
O jiu é também uma forma de levar conhecimento para os que praticantes, principalmente para as crianças, de forma dinâmica, divertida ( jiu jitsu kids) sempre mantendo o que o esporte de artes marciais preconiza, disciplina, dedicação, respeito, hierarquia. Foram mais de 200 alunos entre os ativos e inativos, vários que hoje possuem até mesmo academia. “Acredito que o jiu-jitsu foi uma ponte para os alunos e atletas se conhecerem e saber os seus valores. “ fala Van.
O CT Pássaro X é uma instituição pioneira, que possibilitou a expansão do esporte na cidade. “Hoje me sinto realizado em saber que muitos treinam ou treinaram jiu-jitsu graças a ousadia de 2 jovens, atualmente os únicos por enquanto faixa preta da cidade, e para mim tudo se resume em uma satisfação e um conquista, ao ter participado diretamente da criação do CT, e proporcionar conhecimento ao alunos e atletas, muitos que se destacaram na sua categoria e foram medalhistas em competições.” Enfatizou.
O sensei “Van”, descreve sua trajetória, como uma construção normal, a ser seguida por qualquer atleta que tem compromisso com que faz: “posição hierárquica nunca subiu para minha cabeça, comecei de faixa branca mesmo a ministrar aulas, e essas experiências ao longo dos anos me levou para uma posição da graduação de faixa preta, entretanto, não mudei a minha conduta como professor. Sempre procuro escutar os demais e aprender com eles, afinal de contas, assim como em sala de aula onde sou educador físico, vejo como uma troca de conhecimento.
O sensei fala sobre o desejo que o esporte cresça e que tenha mais apoio do poder público: “Que as escolas possam ofertar o esporte às crianças. Se pararmos para analisar, as artes marciais e a chance de doutrinar positivamente um aluno é bem maior, do que outras modalidades esportivas, justamente por trabalhar com mais ênfase a disciplina e o respeito. Não desmerecendo as demais modalidades.” Diz Vanderson.
O professor deixa uma mensagem para quem deseja buscar seus objetivos:
“É uma realização chegar a faixa preta, mas a trajetória construída até a conquista maior e como ela é desenvolvida, é que que nos trazem crescimento como pessoas, além de como atleta claro. Todo o trajeto que passei foi algo fantástico, e quem treina arte marciais sabe a questão da disciplina, respeito ao próximo, hierarquia, compromisso com o esporte. Então para mim é uma realização por tudo que passei, pelas experiências que adquirir e claro por hoje ser uma referência hierárquica para os alunos.” Pontuou.
E finalizou: “Impossível em um universo tão imenso tudo se encaixar perfeitamente, e não existir um criador, então eu agradeço a Deus por tudo que me proporcionou, e continua trazendo e trará. Agradeço a minha família sempre apoiando nos momentos que precisei. Além disso, agradeço à todos os alunos e ex alunos pelas experiências que trocamos. Sem dúvida nenhuma, agradeço muito a Sensei Douglas Pinto por sempre se fazer presente, crescemos juntos no esporte e conseguimos conquistar juntos a faixa preta da modalidade que escolhemos em nossas vidas. E deixo uma frase para reflexão para os atletas que estão começando na arte suave:
“Minha primeira luta com derrota, e minha primeira luta com triunfo em campeonato. É importante prender a perder e também saber lhe dar com a sensação gostosa de ganhar um combate em campeonato. Lidar com as emoções fazem uma ponte importante, para construir um atleta de sucesso em todo e qualquer esporte.” Reflete Vanderson.
O CT Passáro fica localizado em Catu-Ba, na Rua Paulino Cesar Góes, Nº 161. Telezap: (71) 9 9994-7147.
Fotos: Arquivo pessoal do Sensei Vanderson