Economia

Impasse continua apesar dos esforços de autoridades e do sindipetro para tentar barrar desativação dos campos de petróleo em terra

Campos de Petróleo de Catu são prejudicados pela decisão da ANP de paralisação e economia local pode ser gravemente impactada.

Para evitar os impactos socais e econômicos com a decisão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de paralisar todas as atividades dos campos de petróleo e gás da Petrobrás na Bahia, o coordenador geral, Jairo Batista e o diretor de comunicação do Sindipetro( Sindicato dos Petroleiros da Bahia), Radiovaldo Costa, foram ao Rio de Janeiro, na terça-feira (13), para abrir um canal de diálogo com a ANP, na companhia dos prefeitos de Entre Rios, Manoelito Argolo; de Esplanada, José Naldinho dos Santos, de Cardeal da Silva, Branco Sales e de Catu, Pequeno Sales. Também fizeram parte da comitiva o presidente da Câmara de Vereadores de Entre Rios, Filipe Tadeu Badaró, o vereador, Everaldo Almeida, além do vereador de Cardeal da Silva, Vaninho

Segundo Radiovaldo conversou com a redação da Catu Acontece, “ainda não houve avanço apesar do empenho dos prefeitos e toda comissão envolvida para solucionar a questão. Na segunda-feira, 19 de dezembro, estaremos fazendo uma manifestação na sede da ANP em Salvador-Ba, estamos mobilizando todos os prefeitos das cidades que ficariam prejudicadas com essa paralização dos campos e não vamos medir esforços para mudar esta situação.”

Em matéria o sindpetro destacou que eles se reuniram via zoom com o diretor geral da ANP, Rodolfo Henrique de Saboia e a diretora, Symone Araújo, entre outros.

A diretoria do Sindipetro colocou a sua posição contrária à paralisação das atividades dos campos – determinada pela ANP, após auditoria- e ressaltou a gravidade da situação para a economia baiana. A entidade sindical pediu o adiamento da paralisação e um prazo adicional para que os problemas e irregularidades apontadas pela ANP pussam ser resolvidos.

A diretoria da ANP responsabilizou a Petrobrás pelo que está ocorrendo e se comprometeu a avaliar as reivindicações do Sindipetro e as autoridades presentes, mas não deu garantia de extensão do prazo ou que a paralisação não ocorreria.

Entenda o caso:

A  Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) notificou oficialmente a Petrobrás na segunda-feira (12), dando um prazo de 72 horas para que a estatal paralise todas as suas atividades em seus campos de petróleo e gás na Bahia.

A decisão foi tomada após auditoria realizada nas áreas de produção de petróleo e gás da Petrobrás, no estado, em campos que vão de Bálsamo a Taquipe e que fazem parte do Polo Bahia Terra. Na auditoria, que teve início na segunda-feira (05), os técnicos da ANP encontraram problemas e irregularidades, recomendando a paralisação total desses campos até que a Petrobrás regularize todos os problemas.

Diretores do Sindipetro-BA, que estão acompanhando a questão, afirmam que a decisão da ANP foi contestada por técnicos da Petrobrás, que chegaram a propor prazos para corrigir os problemas, que de fato existem. Mas a ANP não aceitou, enviando a notificação para a Petrobrás, indicando a parada total dos campos.

Impacto Econômico e Social

Com isso, o Sindipetro-Ba chama a atenção que será paralisado um negócio de 20 mil barris de petróleo por dia e de R$ 4 bilhões de faturamento bruto por ano, impactando diretamente o orçamento de sete municípios (Esplanada, Cardeal da Silva, Entre Rios, Alagoinhas, Catu, São Sebastião do Passé e Araças), que vão deixar de receber o pagamento de royalties e ISS, que é feito pela Petrobrás. Além disso, a paralisação das atividades vai gerar cerca de 4.500 demissões, que terão de ser feitas pelas diversas empresas que prestam serviços à Petrobrás nessas áreas.

Além dos impactos indiretos no comércio e cadeia produtiva (hotéis, postos de gasolina, transportes, restaurantes, etc) e na economia, em especial desses municípios, o que afeta consequentemente a economia baiana.

Campos podem ficar parados por seis meses

Para o diretor de comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa, ”esta é uma decisão absurda e desnecessária”. Ele sustenta que o problema poderia ser resolvido de outra forma e acusa a ANP de intransigência e falta de sensibilidade social com a economia, com a população e com os trabalhadores”.

“Essa parada pode significar uma paralisação total dos campos por cerca de seis meses enquanto as adequações serão feitas, então é um negócio completamente descabido”, reclama Radiovaldo.

O Sindipetro desconfia que há segundas intenções nessa medida radical tomada pela ANP, como mais uma tentativa de retirada total da Petrobrás da distribuição terrestre de petróleo e gás na Bahia. A entidade sindical lembra que a ANP já demostrou, em vários momentos, que não tem interesse que a Petrobrás continue nessa atividade e isso significa a privatização total dos campos da estatal, que já está em curso no estado e será finalizada, caso a atual gestão da Petrobrás consiga vender o Polo Bahia Terra.

Para Radiovaldo, esta paralisação total das atividades fragiliza qualquer possibilidade de permanência da Petrobrás na Bahia. “Somos contra, queremos a correção dos problemas e ainda investimentos, aumento da produção e geração de mais emprego para que a Petrobrás contribua com o fortalecimento da economia baiana. Defendemos que a Petrobrás volte a crescer na produção de petróleo no estado a partir do Polo Bahia Terra, comprando novos campos, com atividade exploratória e perfuração de novos poços de petróleo e gás.

Reunião com a ANP

A direção do Sindipetro está buscando uma reunião com a direção da ANP na tentativa de demover a agência desta posição. A entidade sindical também está mobilizando deputados federais e se reunindo com prefeitos e vereadores das cidades afetadas diretamente para evitar a paralisação desses campos. O governador Rui Costa também foi informado sobre o assunto pelo Sindipetro, que pretende ainda enviar um documento com explicações sobre a problemática que envolve essa questão para o governador eleito da Bahia, Jerônimo Rodrigues.

***Com Informações do Sindipetro e PMC, edição de Donaire Verçosa.

Redação