Filhas emocionam patriarca de 90 anos no dia dos pais
Campeão brasileiro de judô nos anos 50 e ex-fuzileiro naval brasileiro, Wilson de Oliveira, conhecido no mundo inteiro como El Passarito, recebe homenagem das três filhas que o tem como orgulho da vida
Para uma sociedade em que os índices de feminicídio têm aumentado drasticamente (13 mulheres morrendo por dia), felizmente o dia 5 de agosto de 1928 veio ao mundo o herói das ‘meninas’ Ana, Jane e Andrea, o senhor Wilson de Oliveira, este já foi lutador de boxe, atleta do Flamengo, professor de judô, professor de artes marciais e comerciante.
Wilson nasceu em Pojuca, mas morava em uma fazenda na cidade de Mata de São João, ainda adolescente veio para Catu, e aos 17 anos de idade foi para o Rio de Janeiro, fazer parte do Corpo de Fuzileiros Navais na região de Ilhas das Cobras, permanecendo lá por cinco anos, de 1946 a 1951. Ao sair dedicou-se aos esportes de luta livre, boxe e judô.
No ano de 1951 ele representou o Brasil nos jogos Pan-americanos em Buenos Aires e lá recebeu o apelido de “El Passarito”, ficando conhecido no Brasil até os dias de hoje por ‘Passarito’.
Essa visibilidade lhe proporcionou trabalhar em cargos de confiança com o Ex-presidente Getúlio Vargas, como fuzileiro naval e soldado de desembarque. A vida promissora e de sucesso foi tão grande que em 1955 o famoso professor Ogava o convidou para ir a São Paulo e lá o jovem Wilson encontrou o amor de sua vida dona Maria Joaquina de Andrade, falecida em outubro de 2016.
Em 1956 se tornou campeão brasileiro 4º Dan no Judô. Já em 1958 voltou para a Bahia, retornando a sua terra querida, Catu. Trabalhou duro, abriu comércio na cidade e teve três filhas, a mais velha Ana Cláudia Augusta Sales de Oliveira (53) psicóloga, do primeiro relacionamento e Jane Maria Andrade Schramm de Oliveira (49), médica, e por fim, Andrea Andrade Schramm de Oliveira (48), contadora.
Para a caçula Andrea, a palavra que representa o pai é ‘amor’: “meu pai é um símbolo de honestidade, de pai presente, um homem que se dedicou verdadeiramente a sua família. Tenho várias memórias felizes de minha infância, e devo todas essas boas lembranças ao cuidado que ele teve comigo”. Explica.
A filha do meio, Jane, tem o pai como um ‘herói dedicado’: “um exemplo de dedicação, humildade, honra e a base de minha vida, sempre muito preocupado com as filhas. A educação em nossas vidas foi muito marcante. Graças ao incentivo e apoio que ele me deu em todas as áreas, pude me formar em medicina, depois que minha mãe faleceu, ele se tornou um pai e mãe para todos nós, um homem católico de muita fé.” Comenta.
Ana Cláudia que é a mais velha e mora em Manaus há 27 anos, faz questão de expor o que Wilson representa: “meu pai é a essência de uma família feliz e realizada, a palavra que o resume mesmo é honestidade.” Concluiu.
Hoje Passarito é bisavô e para ele o dia dos pais tem um grande significado que é o ‘zelo’: “o pai tem a missão de acompanhar o filho sempre, aconselhá-lo na hora precisa, educar com a convicção de que está preparando os filhos para o caminho do bem, e ainda tem que ser o exemplo de como ter uma vida feliz e segura, além de também seguir uma vida religiosa, imprescindível na vida do homem. A família é a coisa mais importante na vida de um casal. Ser pai é uma missão devidamente importante e decisiva na vida de um cidadão, especialmente nos dias de hoje que a educação tem se tornado um tanto quanto difícil por conta da violência.” Frisa.
O senhor Oliveira teve uma vida de altos e baixos, de glórias e derrotas e ainda assim ele afirma com segurança que em toda a sua trajetória só daria alguns retoques, pois se pudesse voltar ao tempo repetiria tudo que fez: “criei e eduquei meus filhos com amor e carinho para uma vida social e para Deus” Finaliza.
Reportagem Roberval Silva
Edição de Texto e produção: Donaire Verçosa