Fanfarras, marchinhas e fantasias: o que faz o circuito Sergio Bezerra especial ?
O Circuito Sérgio Bezerra foi o palco ideal para quem gosta de uma folia mais tranquila e com uma pegada mais antiga.
Quem prefere curtir o Carnaval em família, longe das multidões que seguem os trios elétricos durante a folia momesca soteropolitana encontra no circuito Sérgio Bezerra o lugar ideal. É no trecho entre o Farol da Barra e o Morro do Cristo que fanfarras e marchinhas finalizam o pré-Carnaval com o tradicional Habeas Copos, na quarta-feira que antecede a folia.
O nome é uma adaptação do termo jurídico para o direito de liberdade e, ontem, os foliões estavam livres para celebrar. É a segurança e a valorização das tradicionais fanfarras que levaram as atrizes Mabele Magalhães, 39 anos, e Ingrid Lago, 28, ao Farol da Barra nesta quarta-feira. “É um Carnaval mais tranquilo, de um outro jeito, um ‘Carnaval das antigas'”, diz .
Fantasiada de ‘baiana estilizada’, como ela mesmo definiu, Mabele Magalhães não se recorda de quando começou a participar da folia de Habeas Copos. No entanto, uma coisa é certa: a sensação de segurança e a manutenção do desfile com fantasias tornam o evento especial.
“O fato do Habeas Corpos ser mais tranquilo, não ter trio com corda e um Carnaval que remete às comemorações antigas deixa tudo mais especial, além da festa ser mais colorida e ter pessoas mais fantasiadas do que no período oficial da festa momesma”, conclui.
Acompanhando a amiga, Ingrid Lago participa do Habeas Copos há 20 anos, quando ainda era menina, ao lado do pai. É na festa pré-carnavalesca que a atriz, que também é professora da rede estadual de ensino da Bahia, celebra as raízes do reinado de Momo. “A energia de Carnaval antigo e o sentimento familiar tornam essa festa especial. A gente não vê isso depois do dia de Habeas Copos”, afirma.
Quem também aproveitou o Habeas Copos para apresentar o Carnaval da Barra à filha de 10 anos foi a confeiteira Camila Gomes, 33. Ela e a pequena Maria Fernanda Gomes saíram fantasiadas de gatinhas, em homenagem aos dois pets que têm em casa. “Eu gosto dessa festa porque todo mundo vem fantasiado. Não temos trio, mas as fanfarras. Além disso, o Habeas Copos é diversificado, traz todas as idades e dá para todo mundo curtir”, diz.
O Habeas Copos contou com a apresentação de 18 atrações que arrastaram foliões no trecho do Circuito Dodô. Entre elas estavam: 37,5 não é febre, Xupisco, Quero Mais, Pinguço, Cerveja e Pimba, Esquenta, Jusbarril, Amigos do Mestre, A Barca Tricolor, Contaminados pela Picuinha, O Chuveirão, Sabidolândia e a tradicional Habeas Copos.
A última folia pré-carnavalesca começou por volta das 19h, com o desfile do bloco ‘37,5 não é febre’. O grupo, formado por profissionais da saúde do município, abre o evento pelo segundo ano consecutivo. “É um bloco de alegria. Nós, da área de saúde, vamos puxando um colega e outro até chegar nesse grupo enorme, transbordando de alegria”, diz a médica Kelma Sander, que compõe a direção do bloco.
A tradicional festa pré-carnavalesca acontece desde os anos 90, quando o empresário Sérgio Bezerra, que dá nome ao circuito, iniciou os festejos. Ele é dono do bar Habeas Copos, localizado na Barra, e foi responsável pela criação da banda de mesmo nome, ao lado de amigos.
Os festejos oficiais começam nesta quinta-feira (8), a partir das 15h, na Praça Castro Alves, onde o prefeito Bruno Reis entregará a chave da cidade ao Rei Momo, no Palco Salvador Capital Afro. A cerimônia acontecerá em frente ao Cine Glauber Rocha. A matéria é do Correio da Bahia.