Faça bonito : 1º Caminhada colorida contra exploração sexual de crianças e adolescentes enche ruas de Catu
As ruas de Catu -Ba, no bairro da Aruanha, ficaram cheias de um colorido especial e lúdico, e intencionalmente chamar atenção da população para Campanha Faça Bonito

A manhã dessa sexta-feira (17) deixou às ruas catuenses com colorido diferente. Foi a caminhada colorida, que mobilizou autoridades, estudantes e profissionais que compõe o quadro de funcionários dos serviços da assistência social, CRAS, CREAS, e apoiadores da causa de forma geral, engajados na luta contra violação dos direitos das crianças e adolescentes, que tem um número crescente de abuso e exploração sexual.
A caminhada é uma ação da Prefeitura Municipal de Catu, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, que faz parte da campanha ‘Faça Bonito’, do ministério da cidadania, governo federal, para conclamar a sociedade como agente fiscalizador do abuso sexual contra crianças e adolescentes, e nasceu a partir de um crime hediondo, cometido contra Araceli Crespo(08 anos), em Vitória(ES), morta em 18 de maio de 1973, após ser raptada foi abusada e brutalmente assinada, e os acusados pelo crime não serem punidos.

Dezessete escolas do município de Catu prestigiaram a 1 º Caminhada Colorida do Faça Bonito, que saiu do Setor para o palco municipal, proporcionando a interação de aluno de diversas localidades e distritos do município, como: Dom Justino (Sítio Novo) , Temístocles (Bom viver), São José (Pedras), Jecelino Nogueiraa (Barão de Camaçari), entre outros. Todos unidos em prol da causa que em meio ao século da informação, tem a sua maioria dos casos autores que compõe o núcleo familiar ou são próximos a esse.
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, foi instituído em 2000, a partir da sanção de um projeto de lei, onde a sociedade civil vai às ruas em todo país, com diversas ações em Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes, promovendo atividades para conscientizar a sociedade e as autoridades, sobre a gravidade da violência sexual, para manter viva a memória nacional, reafirmando a responsabilidade da sociedade brasileira na causa.

Na Bahia, seis crianças ou adolescentes sofreram, por dia, algum tipo de violência sexual entre 2011 e o primeiro semestre de 2018. No total, foram 16.175 denúncias no período. Nos primeiros seis meses do ano passado, foram 454 registros no estado. Os dados são do Disque 100, plataforma do Ministério dos Direitos Humanos que registra denúncias de violações de direitos fundamentais de crianças e adolescentes entre 0 e 17 anos.
O evento em Catu encheu às ruas de muito colorido com a palestra do psicólogo do CREAS Luíz Henrique, panfletagem, distribuição de laços na cor amarela sinalizando atenção para a causa, e muito funk, zumba e fit dance trazer um clima descontraído, para abordar de forma lúdica o tema com diversas idades presentes na caminhada.

“Faça bonito é uma campanha que demarca a luta pelo direito da criança e do adolescente, e enche as redes sociais com a abordagem sobre os casos de abusos, e que podem ser denunciados no conselho tutelar da cidade. Quanto mais cedo a denúncia acontecer, maiores são as chances de acolhimento as vítimas”, relatou a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos Jussara Campos.
As denúncias podem acontecer através do Disque 100, e funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados. As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita, anônima, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel (celular), bastando discar 100.

Sobre o 18 de maio
O dia 18 de Maio é uma conquista que demarca a luta pelos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes no território brasileiro. Esse dia foi escolhido porque em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória (ES), um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como o “Caso Araceli”. Esse era o nome de uma menina de apenas oito anos de idade, que teve todos os seus direitos humanos violados, foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta daquela cidade. O crime, apesar de sua natureza hedionda, até hoje está impune.