Saúde

Enquanto alguns menosprezam a Covid-19, a OMS confirma existência da variante DELTACRON

Por Santos e Santos

                                   
  

A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou na 4ª feira (09 de março de 2022) que está monitorando o surgimento de uma nova variante do coronavírus que combina características genéticas duas outras versões do vírus: a ômicron e a delta. A mistura das duas variantes tem sido chamada informalmente de deltacron.

Leondios Kostrikis, Professor/Pesquisador de ciências biológicas da Universidade do Chipre identificou 25 casos de variante que combina a delta com a ômicron.

Leondios Kostrikis, que é o Chefe do Laboratório de Biotecnologia e Virologia Molecular da Universidade do Chipre explica que  a cepa possui identificação de assinaturas genéticas semelhantes à combinação da delta com a ômicron.

Ela teria sido identificada em 25 pacientes no Chipre, um país no Mar Mediterrâneo. Mas cientistas dizem que pode ser apenas um erro de sequenciamento genético. Veja por que.  

A nova variante Deltacron do coronavírus SARS-CoV-2 — formada a partir da combinação características da Delta (B.1.671.2) e da Ômicron (B.1.1.529) — tem sua existência questionada por especialistas. Em tese, a cepa do vírus da covid-19 pode ser um erro causado pela contaminação das amostras em laboratório. A situação ainda é investigada.

A variante Ômicron é muito mais contagiosa do que as antecessoras, e por isso o mundo tem batido sucessivamente o recorde de casos diários de Covid-19. Ela também é menos letal, e por isso os números de mortes não acompanharam a explosão de casos. Mas, desde que a Ômicron surgiu, há o receio de que novas mutações, ou a recombinação genética dessa variante com outra, possam dar origem a uma Ômicron mais mortal – o que, dada a extrema facilidade que ela tem em se espalhar, poderia levar a pandemia a um estágio mais grave, talvez pior do que os piores momentos de 2020 e 2021.

No mês de janeiro de 2022, o professor da Universidade do Chipre e chefe do Laboratório de Biotecnologia e Virologia Molecular, Leondios Kostrikis, anunciou ter identificado a variante Deltacron em 25 amostras da covid-19. Após a descoberta da suposta variante, os pesquisadores enviaram detalhes da descoberta para um banco de dados internacional que rastreia a evolução do coronavírus, o GISAID.

Sobre as origens da Deltacron, Kostrikis afirma que “existem, atualmente, coinfecções por Ômicron e Delta e descobrimos esta cepa que é uma combinação das duas”. Em outras palavras, a origem da nova variante pode ser um paciente contaminado pelas duas cepas, de forma simultânea. A partir da interação de ambas no organismo infectado, surgiu a Deltacron.

CONFIRMAÇÃO DA OMS

Embora vários países suspeitassem do surgimento de uma variante “deltacron”, os virologistas franceses enviaram a sequência genômica completa ao banco de dados internacional de covid-19 ontem, confirmando a nova cepa oficialmente.

Um caso de deltacron foi registrado em Soissons, norte da França, e outros são suspeitos na Dinamarca e Holanda. No mês passado, a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido classificou o vírus “recombinante” delta e ômicron como um “sinal sob investigação” —dois níveis abaixo de uma variante de preocupação— após casos suspeitos no Reino Unido, mas estes ainda não foram confirmados.

perspectiva de uma cepa combinando duas das versões mais potentes do coronavírus até agora pode parecer assustadora, principalmente porque a delta era mais grave do que outras e a ômicron, altamente infecciosa. Mas os cientistas enfatizam que agora há imunidade substancial na população humana contra ambas as variantes, então não há razão para pensar que isso representaria um risco maior. Além disso, o caso em Soissons foi rastreado até janeiro, o que significa que já teria decolado se tivesse alguma vantagem real em uma população —da maneira que a ômicron fez em novembro e dezembro.

ANÁLISE GENÉTICA DA DELTACRON

De acordo com a análise do código genético da “deltacron”, sua “espinha dorsal” é derivada da variante delta, enquanto seu pico – a parte do vírus que se liga às células humanas – é da ômicron.

Resposta da OMS

Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, também publicou nas redes sociais: “Sabemos que eventos recombinantes podem ocorrer, em humanos ou animais, com múltiplas variantes circulantes de SARS CoV 2. Precisamos esperar pelos experimentos para determinar as propriedades desse vírus. Importância do sequenciamento, análise e compartilhamento rápido de dados ao lidarmos com essa pandemia”.

DEMORA POR CAPRICHO

O que causa estranheza é o fato da OMS não ter dado o devido valor à descoberta  feita pelo Cientista Leondios Kostrikis, Professor/Pesquisador de ciências biológicas da Universidade do Chipre, que desde início de janeiro de 2022 já havia identificado 25 casos de variante que combina a delta com a ômicron.

A OMS só levou a sério após os estudos do mesmo ponto ser divulgado por pesquisadores da França, Holanda e Dinamarca.

Até em uma organização tão séria e necessária como a OMS existem claros sinais de politicagem. E não deveria existir porque põe ainda mais em risco a saúde mundial.

GRUPO DE PESQUISAS JURIDICAS E SOCIAIS – GPJS

Redação