Eleições 2018: o cenário político do Brasil
Você já sabe quem vai escolher para futuro presidente do Brasil? Entre os 13 candidatos ao cargo, 5 tem se destacado na corrida eleitoral para o posto mais alto do poder em Brasília
No Brasil, a discussão sobre política costumava ser apática entre o povo, a corrupção e manutenção de privilégios – presentes no país desde sua origem – gerou o desinteresse a respeito do tema. Esse distanciamento popular reforça a ideia reduzida da política, sendo definida apenas através de candidatos, partidos, eleições e do voto.
Entretanto, esse cenário está sendo alterado. A eleição de 2014, para o cargo de presidente, disparou como a disputa mais acirrada da história nacional. Desde então, a população geral tem se posicionado em diversos momentos e eventos históricos, principalmente através das redes sociais.
No pleito eleitoral atual não será diferente, tendo o maior número de candidatos à presidência desde 1989. Cinco dos treze candidatos se destacam dos demais, tendo maior probabilidade de chegarem em um possível segundo turno. São eles: Jair Bolsonaro (PSL); Marina Silva(REDE); Ciro Gomes (PDT); Geraldo Alckmin (PSDB); e Fernando Haddad (PT).
Com o avanço das reivindicações sociais, a partir dos movimentos sociais, e da luta contra a corrupção – que se fortaleceu com as descobertas da Lava Jato –, os presidenciáveis têm enfrentado a cobrança rigorosa por parte dos eleitores, para que haja uma eficaz transformação no cenário político, rumo ao progresso e à justiça social.
No dia 6 de setembro, o candidato Jair Messias Bolsonaro (63) sofreu um grave atentado, sendo golpeado na região do abdômen por uma arma branca, enquanto realizava um ato de campanha em Juiz de Fora – MG. Esse acontecimento dividiu a opinião dos brasileiros, entre os que se revoltaram contra o crime, e os que desconfiaram de uma possível armação para angariar votos.
Com o indeferimento na candidatura do ex-presidente Lula, Bolsonaro segue à frente nas intenções de votos, em pesquisas realizadas pelo IBOPE, com 26%. Ele é conhecido por sua irreverência e posicionamentos polêmicos, sendo réu em duas ações penais no Supremo Tribunal Federal, por injúria e incitação ao crime de estupro.
Defensor da ideia tradicional de família (homem, mulher e filhos), dos ideais cristãos, do porte de armas e do estado mínimo, o candidato (e militar da reserva) é majoritariamente apoiado entre os que possuem renda familiar mensal acima de cinco salários mínimos; evangélicos; e homens – ainda de acordo com o IBOPE.
Ciro Gomes (60), advogado e professor universitário, passa para segundo lugar nas pesquisas, com 11%. Entre suas propostas, se destacam: a retomada dos campos de petróleo para o setor público nacional; o ajuste fiscal e tributário; a defesa dos direitos humanos; a recuperação e modernização da infraestrutura; e o aprimoramento do SUS. O IBOPE aponta que seus eleitores se concentram, principalmente, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.
Marina Silva (60), historiadora e ativista ambiental, despenca para terceiro lugar, com 9% nas intenções de voto. Em sua terceira tentativa (consecutiva) ao cargo, a candidata traz como diretrizes e prioridades, fortalecer a democracia e resgatar a confiança na política; educação como direito e base para o desenvolvimento; direitos humanos e cidadania plena; sustentabilidade e urbanismo colaborativo, entre outras.
Dividindo o terceiro lugar no ranking atual, disponibilizado em onze de setembro, se encontra Geraldo Alckmin (65), médico, concorrendo à vaga pela segunda vez, que se manteve estável nas pesquisas. Promete tolerância zero à corrupção; reduzir o número de ministérios e cargos públicos; privatizar empresas estatais; criar um sistema único de aposentadoria; e entre outras coisas.
Em seguida, com 8%, temos Fernando Haddad (55), doutor em filosofia e mestre em economia – provável substituto do ex-presidente Luís Inácio à disputa. Em seu Plano de Governo, se sobressaem, as propostas de revogar a reforma trabalhista e do ensino médio, mudanças no marco regulatório do pré-sal e promover uma ampla reforma política com a participação popular.
Este contexto, reforça a crescente insatisfação popular referente à corrupção e demais problemas sociais, como insegurança e a criminalidade. Levando os brasileiros a buscar entre os candidatos àquele (a) que mais lhes assegure agir com rigidez em frente a esses aspectos. Assim, as propostas mais imediatistas acabam sendo um atrativo maior para os eleitores.
Artigo de Patrique Roger Beltrão Souza, 24 anos, bacharel em Serviço Social pela UNIFACS, especializando em Projetos Sociais e Direitos Humanos pela UNIFACS