Combate dos gigantes: com currículos robustos, a eleição na Bahia promete ficar polarizada
Por Santos e Santos
Não é surpresa para ninguém que o cenário político estadual de 2022 vem sendo desenhado por meio da disputa polarizada entre ACM Neto e Jeronimo. Apesar do crescimento de João Roma como mais um caminho da direita na Bahia.
Quando se fala da política contemporânea, é muito comum ouvirmos falar também de polarização. Mas, afinal, o que é polarização e por que ela é tão abordada?
Na política, o significado estrito de polarização é simplesmente a divisão de uma sociedade em dois polos a respeito de um determinado tema. Porém, essa palavra tem sido usada de um modo mais negativo: polarização é como chamamos a disputa entre dois grupos que se fecham em suas convicções e não estão dispostos ao diálogo, e isso tem suas consequências para a democracia.
O excesso de polarização compromete tudo aquilo que a democracia procurou estabelecer ao longo do tempo. Em uma sociedade concentrada em dois lados radicalizados, adversários são vistos como inimigos, o diálogo não é incentivado – ou mesmo é condenado – e transgredir as regras parece justificável.
Quem procura se manter fora desses dois grupos, apresentando outras visões e ideias, ou mesmo quem defende que ambos os lados têm suas falhas e virtudes, é tratado como “isentão”. As alternativas que fogem às duas apresentadas acabam sendo invalidadas.
A administração pública tem a sua atividade voltada única e exclusivamente para o bem da coletividade. Logo, todas as atividades desempenhadas por um gestor público devem ter como foco alcançar esse objetivo.
Após uma breve análise de tais aspectos resolvemos trazer nessa matéria o resumo do curriculum de dois dos pré-candidatos a Governador da Bahia, de um lado ACM Neto e de outro Jeronimo. a intenção é fazer com que o leitor tire suas próprias conclusos.
RESUMO DO CURRICULUM DOS CANDIDATOS
Antônio Carlos Peixoto de Magalhães Neto
Antônio Carlos Peixoto de Magalhães Neto (Salvador, 26 de janeiro de 1979), conhecido como ACM Neto, é um advogado, político brasileiro e ex-prefeito de Salvador filiado ao União Brasil (UNIÃO), onde é secretário-geral.
É neto do falecido Antônio Carlos Magalhães (ACM), sobrinho de Luís Eduardo Magalhães e filho de Antônio Carlos Magalhães Júnior (diretor da Rede Bahia), e herdeiro político de uma das mais tradicionais famílias políticas do país. Foi eleito prefeito de Salvador em 2012 e reeleito em 2016.
É descendente de libaneses, por parte da avó Arlette Maron. A família Maron foi uma das primeiras famílias libanesas a estabelecer-se no sul da Bahia, mais precisamente na cidade de Itabuna.
Formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia, desde muito jovem militou na política, tendo sido, o primeiro vice-presidente do grêmio do Colégio Módulo, onde completou o segundo grau. Acompanhou de perto campanhas do avô, Antônio Carlos Magalhães, e do tio, Luís Eduardo Magalhães; Foi assessor da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, de 1999 a 2002.
Em 2002, foi eleito deputado federal, sendo o candidato mais votado da Bahia pelo PFL (atual DEM); assumiu o mandato de 2003 a 2007. Neste período, ficou em evidência na mídia por conta de sua participação na CPI dos Correios.
Reelegeu-se deputado nas eleições de 2006, tomando posse em 1 de fevereiro de 2007.
Candidato à prefeitura de Salvador em 2008, não alcançou votação o suficiente para ir para segundo turno. Com 99% das urnas apuradas, o mesmo obteve 26% dos votos contra 30% dos seus concorrentes. No segundo turno, apoiou João Henrique de Barradas Carneiro (PMDB).
Em 2009, ocupando o cargo de Corregedor da Câmara dos Deputados e integrante do Conselho de Ética, pediu a cassação do deputado Edmar Moreira (DEM-MG), acusado de utilizar a verba indenizatória da Câmara em benefício das próprias empresas. ACM Neto não votou pela cassação do deputado no Conselho de Ética porque era o acusador, mas o seu suplente, Roberto Magalhães (DEM-PE), votou pela cassação. ACM Neto criticou a decisão do Conselho de absolver o parlamentar mineiro.
Nas eleições de 2010, reelegeu-se deputado federal, sendo o mais votado da Bahia e o oitavo mais votado no Brasil.
Em 2011, defendeu no plenário proposta de aumento do mínimo para R$560,00. Ainda no mesmo ano, foi apontado como o 6º parlamentar mais influente no Congresso.
Nas eleições de 2012, foi eleito prefeito de Salvador no segundo turno, com 53% dos votos contra 46% do seu concorrente a eleição, Nelson Pelegrino (PT).
Nas eleições de 2016, foi reeleito para o cargo de prefeito de Salvador, no primeiro turno, com 74% dos votos, contra 15% da sua concorrente, Alice Portugal (PCdoB).
Em 2018, assumiu a presidência nacional do DEM em substituição a Agripino Maia.
Jerônimo Rodrigues Souza
Natural de Jequié, Jerônimo é graduado em engenharia agronômica pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) com especialização em desenvolvimento territorial sustentável, pela Universidade Federal De Campina Grande (UFCG). Ele é mestre em Ciências Agrárias pela Ufba. Jeronimo é Engenheiro agrônomo por formação, o titular da pasta de Educação tem trajetória no secretariado nacional e estadual. No governo federal, entre 2011 e 2012, foi secretário executivo adjunto do Ministério do Desenvolvimento Agrário, secretário nacional do Movimento Territorial, secretário executivo do programa Pró-Territórios e ainda secretário executivo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf).
É professor da Universidade Estadual de Feira de Santana desde 1995, lotado no Departamento de Ciências Sociais Aplicadas (DCIS). Desenvolve atividades acadêmicas nos cursos de Ciências Econômicas, Direito, Administração, Ciências Contábeis e Geografia. Na pós-graduação trabalha com disciplinas como Desenvolvimento Rural e Sustentabilidade, Mercado de Capitais e Metodologia do Ensino Científico. Coordenou o Núcleo UNITRABALHO UEFS e projetos de pesquisa como o de Avaliação do Impacto do Processo de Informatização de Escolas Públicas e Privadas de Feira de Santana – Bahia, o projeto de Formação de Banco de Dados Socioeconômicos de Feira de Santana – Bahia e o de Caracterização do Mercado Informal de Feira de Santana. Na extensão coordenou projetos através do Programa de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável. Participou de dezenas de bancas de graduação e de pós-graduação e ainda orientou diversos trabalhos científicos. Sua produção bibliográfica concentra-se em temas como desenvolvimento, semiárido, educação ambiental, sustentabilidade e participação social, sobre os quais tem livros publicados, escreveu capítulos de outros dois livros e publicou diversos artigos em revistas científicas. Como parte da sua formação tem participado de eventos científicos apresentando trabalhos, como conferencista ou na organização dos mesmos. Atuou na estrutura administrativa da UEFS, eleito como vice-diretor do DCIS (2001 e 2002).
Também é Graduado em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal da Bahia (1991), Especialista em Desenvolvimento Territorial Sustentável pela Universidade Federal de Campina Grande (2007) e Mestre em Ciências Agrárias pela Universidade Federal da Bahia (1997). Sua experiência profissional também inclui a atuação junto aos movimentos sociais, às organizações da sociedade civil e aos governos estadual e federal. Assim, no governo federal foi Secretário Executivo Adjunto do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Secretário Nacional do Desenvolvimento Territorial (SDT/MDA), Secretário Executivo do Programa Proterritórios/Cumbre Ibero Americana e Assessor Especial do Ministro do Desenvolvimento Agrário. No governo estadual foi Assessor Especial da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (2007/2010) e Assessor Especial da Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia (2010).
Falando-se na esfera de governo municipal, foi Secretário do Desenvolvimento Econômico do Município de Aiquara. Na sociedade civil trabalhou no Movimento de Organização Comunitária (1995/2006), onde coordenou o Programa de Políticas Públicas e atuou como Educador Popular em comunidades rurais. Foi membro do Conselho Nacional de Economia Solidária (2011/12), do Conselho Curador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), do Conselho do Fundo de Combate à Pobreza do Estado da Bahia e do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Baiano. Foi também Secretário Executivo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (CONDRAF). Foi Secretário Estadual de Desenvolvimento Rural da Bahia (2015/19), Presidente do Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável do Estado da Bahia (CEDRS), Presidente do Conselho da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Presidente do Conselho de Administração da Fundação Luís Eduardo Magalhães (CONAD/FLEM) e Vice Presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Territorial (CEDETER). Atualmente é Secretário da Educação do Estado da Bahia.
Na Bahia, foi secretário estadual de Desenvolvimento Rural, entre 2015 e 2017, e assumiu como secretário estadual de Educação em 2019. Jerônimo também tem história nas causas sociais. Trabalhou no Movimento de Organização Comunitária (MOC), de 1995 a 2006. O secretário também é membro curador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), do Fundo de Combate à Pobreza e do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Baiano.
Em 2019, ele recebeu a Comenda 2 de Julho, honraria concedida pela Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Apesar de ser filiado ao Partido dos Trabalhadores e ocupar postos em gestões públicas há anos, Jerônimo Rodrigues nunca se candidatou a nenhum cargo político.
POLITICOS E LIDERANÇAS
A polarização crescente é promovida por aqueles que se favorecem dela. Políticos, partidos e grupos mais extremistas se alimentam do descontentamento e da intolerância para ganhar mais apoio a suas ideias. Afinal, medidas extremas têm maior chance de aceitação quando se vê o outro grupo como um inimigo perigoso que é preciso eliminar, ao invés de um concorrente no debate.
Além disso, quanto pior o “inimigo” parece, mas soa justificável quebrar regras. Não à toa, um estudo mostrou que a polarização favorece a ascensão de líderes populistas “iliberais”, ou seja, que têm pouco apreço às normas democráticas e às limitações de poder.
O país pode deixar de ser polarizado quando a desigualdade social reduzir e as condições de vida e oportunidade da população aumentarem, diminuindo a ideia de que existam políticos salvadores e a idolatria. Deste modo, as pessoas começarão a sentir que tem poder e que suas estruturas de representação também apresentam um papel importante no campo institucional, além de falas mais fortes e de escuta.
Outro ponto é a educação política nacional. Os brasileiros são pragmáticos e isso gera líderes com esse mesmo perfil, que não pensam em projetos estratégicos, mas se organizam a partir de discursos demagógicos. Contudo, na medida em que discutimos a política, passamos a ter conselheiros mais preparados para criar alternativas. Se tivermos a formação de associações de bairros e sociedades rurais e falarmos sobre o tema no ensino médio e nas universidades, evidentemente, vamos ampliar o repertório da população, o que é fundamental.
Todos sabem que a minha linha de jornalismo é investigativa, opinativa e reflexiva. Não sou adepto ao tipo de comunicação do “quanto pior melhor”. Seguindo o padrão de comunicação que prego e respeito, fiz questão de elaborar uma matéria para que a população entenda que Gestão Pública é a mola mestra para que a sociedade possa viver em equidade.