Com homenagem as Ganhadeiras de Itapuã, Viradouro é campeã no Rio de Janeiro
A escola levou para o sambódromo um pedido de “Tolerância Religiosa” e homenageou o pai de santo baiano Joãozinho da Gomeia e o afoxé para avenida
A Acadêmicos do Grande Rio foi a grande vencedora do grupo especial do Carnaval do Rio de Janeiro. Criada em 1988, a escola que ficou fora do grupo especial nos últimos dois anos e retornou consagrando sua vitória nesta tarde (26). A escola levou para o sambódromo um pedido de “Tolerância Religiosa” e homenageou o pai de santo baiano Joãozinho da Gomeia.
A Unidos do Viradouro é a grande campeã do grupo especial do Carnaval do Rio de Janeiro em 2020. A escola foi destaque no primeiro dia dos desfiles, com uma homenagem as ganhadeira de Itapuã, grupo tradicional de mulheres negras de Salvador. O enredo “Viradouro de Alma Lavada” destacou a quinta geração de lavadeiras de roupas na Lagoa do Abaeté.
Na comissão de frente, a atleta da seleção brasileira de nado sincronizado Anna Giulia, vestida de sereia, dava mergulhos de até um minuto em um aquário com 7 mil litros de água mineral. O samba-enredo foi inspirado no afoxé. As ganhadeiras foram homenageadas como as “primeiras feministas brasileiras”
O desfile mostrou as atividades que as Ganhadeiras exerciam: lavar roupa, carregar e vender água, cozinhar e vender alimentos, costurar, vender bugigangas. Com os recursos, muitas compravam alforrias.
O enredo “Viradouro de alma lavada” samba tinha influência de afoxé, ritmo baiano, nos batuques e na melodia.
Na comissão de frente, a atleta da seleção brasileira de nado sincronizado Anna Giulia, vestida de sereia, dava mergulhos de até um minuto em um aquário com 7 mil litros de água mineral, representando a Lagoa do Abaeté.Teve até cocada para o público. Os doces foram distribuídos ao lado das baianas, que representaram as quituteiras. As saias eram bordadas com figuras de abará, tapioca e acarajé.
A cantora Margareth Menezes desfilou como destaque do carro que lembrou as cirandas de roda à beira do mar aberto, uma contribuição das Ganhadeiras à música baiana. O grupo de encerramento se chamava “Lute como uma mulher!”, e levou mulheres negras ligadas à pauta feminista para a avenida.
A rainha de bateria, Raissa Machado, pelo sétimo ano na Viradouro, vestiu uma fantasia em homenagem à rainha dos Malês, Luiza Mahin, uma das lideranças da revolta pela libertação dos escravos em Salvador. A digital influencer Lore Improta foi musa da escola de samba, com uma fantasia avaliada em R$ 40 mil, representando a Rainha do Carnaval de Itapuã. O último carro teve problemas e apagou na enquanto passava pela avenida, mas depois voltou a funcionar.
Fonte: Bahia Notícias
Fotos: G1/ Foto: Marcelo Brandt/G1