Histórias que Inspiram

Catuense presta homenagem emocionante ao Pai em rede social e emociona munícipes

Depoimento emocionado de Cássio Góes no dia dos pais chama atenção e vira pauta na Revista Catu Acontece. No relato, a clareza da importância da relação entre pais e filhos como fortalecimento na formação do caráter e personalidade de um ser humano.

O bacharel especialista em Tecnologia da Informação, com experiência de mais de 20 anos de atuação, funcionário Público em Camaçari, Cássio Góes é o único filho de Dr.Antônio (In memorian) Góes e Vânia Góes, professora e coordenadora de educação pelo estado em Catu (In memorian), é figura conhecida na cidade de Catu-Ba pelo seu jeito expansivo e descontraído que costuma tratar com as pessoas, resolveu fazer uma homenagem em rede social para seu pai que emocionou à todos que visualizaram.

O catuense de coração, já que apenas nasceu em Salvador mas da maternidade veio direto para Catu-Ba onde reside até hoje, é compromissado com temas de interesse da comunidade catuense, além de gostar de divertir os amigos tratando com assuntos sérios sempre buscando leveza e descontração, mesmo quando a pauta é política e economia, o especialista em TI.

Cássio é casado com Amanda Góes, e é responsável pelo Data Center de onde trabalha, traz em seu nome um sobrenome de uma família tradicional, que deixou legado importante em Catu com prestação de serviço para comunidade catuense, e o forte exemplo de seu pai é tão intenso, que ele deu ao filho o nome de Antônio Carlos Góes Neto.

O médico Dr.Antônio Carlos Góes (In Memorian) é o fundador da Ameca, Clínica que tem mais de 50 anos na cidade de Catu e tem atualmente Dr. André Marques como sócio majoritário e administrador da instituição de saúde. Entre outras bem feitorias que Dr. Carlos deixou como exemplo, está a dedicação incondicional à comunidade carente, oferecendo consultas e remédio de graça. Não à toa, o ex-prefeito Geranilson Requião, o escolheu para dar nome ao condomínio do bairro Bom Viver, projeto do governo Federal, “Minha Casa, Minha Vida”.

Segundo o ex-prefeito, a escolha se deu por diversas razões; “ primeiro pelo ser humano maravilhoso, carinhoso, prestativo, e pelo médico maravilhoso, inclusive primeiro médico município de Catu, e uma pessoa fantástica. Por outro lado, por ser o ex-proprietário das terras onde se localiza hoje o condomínio. Então havia muitas figuras em nosso município passíveis dessa homenagem, mas nenhuma se igualaria ao senhor Antônio Carlos Góes. Um grande abraço e um feliz dia dos pais.” Explicou.

Veja abaixo o texto em que impactou à todos em rede social e levou muitos para uma viagem no tempo em que o médico Dr. Antônio Carlos Góes atuava nas comunidades, antes de sua partida aos 57 anos, por conta de um derrame.

Print da Rede social de Cássio Góes

“Sobre a grande honraria concedida a meu pai de ter seu nome num condomínio do Minha Casa Minha Vida em meados de 2014 (acho). Coincidências do tempo ou do destino, logo num condomínio destinado as pessoas mais frágeis, por sinal, pessoas que ele mais se preocupava e adorava cuidar e proteger.

Para mim, como filho, é muito difícil escrever sobre a história de meu pai e ao mesmo tempo ser imparcial. As emoções e lembranças podem distorcer a realidade diante de meus olhos. Todavia, tentarei ser o mais fidedigno no meu depoimento. Fica franqueado os comentários aos amigos e todos que tiveram alguma passagem com meu pai, para corroborar ou contradizer…

Antônio Carlos Góes, filho de “Vavá” e Belarmina Góes, nasceu em Catu no dia 10 de julho de 1938. Passou toda sua infância e juventude em Catu, com muitos amigos e sua família. Residindo onde hoje é a CLIVET (Avenida Padre Cupertino, Centro de Catu). Como toda infância do interior, sempre muito regada a futebol, banhos no rio Catu que na época era despoluído e demais brincadeiras típicas. Nesse momento foram criadas suas memórias afetivas permanentes da nossa terra.

Essa vivência em Catu foi temporariamente interrompida para continuar os estudos na capital. Esse menino do interior se dedicou e foi aprovado em Odontologia na UFBA e Medicina na Faculdade Baiana de Medicina. Cursou os dois concomitantemente por um semestre, para decidir então o que realmente queria para sua vida. Decidiu prosseguir com medicina e se graduou em 1965. Já fazendo residência e trabalhando em Salvador, colocou seu sonho como prioridade, saiu de suas atividades na capital e voltou para sua amada terra.

Tentarei resumir trinta anos de muito amor e trabalho, não é uma tarefa fácil para um homem tão plural, mas vamos lá: fundou com colegas o AMECA, foi aprovado no concurso do Estado da Bahia ocupando uma vaga no posto localizado na praça, fez outra especialização em Medicina do Trabalho, entrou na Ferbasa, nunca aceitou cargo público e nem se candidatar a nada como troca ou compensação do seu trabalho com a população carente ou não e atendeu o catuense com muito amor até 17 de agosto de 1995. Nesse fatídico dia, ele deu seu último suspiro e passou para outro plano. Morreu dando plantão na AMECA, fazendo o que ele mais amava que era exercer a medicina e cuidar das pessoas. A FERBASA era outra paixão, ampliada pela forte amizade que fez com Dr. Carvalho. Bradava pelos corredores da casa com o maior orgulho: “começamos com um forno, hoje a companhia já têm doze” – isso em 1995.

Fora do consultório continuava a cuidar das pessoas por paixão e com muito zelo. Entre os intervalos das suas três jornadas de trabalho – FERBASA, POSTO E AMECA, se dirigia para fazer suas refeições em sua vivenda no BOIPEBA, constantemente atrasava a refeição para atender pessoas carentes que lá estavam. Importante ressaltar que ele montou uma farmácia em casa com as amostras oferecidas pelo laboratório para isso. As pessoas saiam com o remédio, e ou com o valor em mãos para comprar, que ele fazia questão de oferecer

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Nas décadas de 70 e 80, a resistência à vacinação e a falta de recursos das pessoas da zona rural eram gritantes. Pensando nisso, ele agendava um sábado, dia que não possuía atividades laborais, para se dirigir rural, indo de casa em casa, conscientizando e vacinando as pessoas. Isso com recursos e iniciativa próprios. Eu tive a honra de ir várias vezes. Erradicar pólio e outras mazelas do nosso município era uma questão de honra

Nunca quis ser perfeito e nunca quis homenagens pelo seu trabalho. Aliás, teve falhas e erros, mas sempre tentando acertar. Amou, trabalhou e viveu em Catu, e, até seu último dia  de vida com muito orgulho. Manteve em seus olhos o brilho da profissão escolhida, a paixão por cuidar e amar as pessoas independentemente de qualquer situação. Me ensinou a ser apaixonado e ter muito orgulho de nossa cidade e meus conterrâneos. A vida é célere e ele partiu jovem, todavia seu legado ficará para sempre nas pessoas que o conheceram. Vou parar por aqui que estou muito emocionado e com um aperto enorme no peito.

Obrigado a todos e desculpem por não ser breve ou por qualquer outra coisa. Um abraço meus amigos.” Escreveu Cássio Goés.

Donaire Verçosa

Dir. Jornalismo do Site Catu Acontece. Graduada e de família Catuense! Prezo pelo jornalismo imparcial.

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