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Caminhoneiros resistem ao término da greve em algumas rodovias

Cerca de quase 100% das rodovias baianas estão desbloqueadas, tendo apenas pontos de concentração de caminhoneiros. Empresários estão sendo investigados pela Polícia Federal por suspeita de locaute

O governo federal vem cumprindo com prometido de desbloquear as rodovias  nesse décimo dia de greve com apoio da polícia em todo país.

O abastecimento de combustível nas cidades por todo Brasil começam vagarosamente a normalizar e a expectativa é que até o final da semana a normalidade em todas as áreas se instale.

Mas alguns caminhoneiros continuam defendendo a permanência do movimento nas estradas, e por conta disso, tropas federais e polícia militar, estão escoltando caminhões tanques com combustíveis até o seu destino e muitos focos da paralisação da classe nas estradas, estão sofrendo a intervenção policial para liberar a circulação de caminhões e do trânsito de uma forma geral.

A suspeita por parte do governo federal, relatada várias vezes em entrevista concedida em cadeia nacional, é que empresários do setor estaria juntos orquestrando impedindo que seus caminhoneiros voltassem ao trabalho de forma combinada, impedindo que a greve acabasse, para que estes se beneficiassem, caracterizando locaute, o que por lei é crime previsto no código penal, artigo 17 da lei 7.783. Por isso o presidente Michel Temer solicitou da polícia federal apure com rigor as denúncias.

 

A greve perdeu força, mas os prejuízos são cada vez maiores e milionários para todos os setores. Da agricultura as indústrias, toda economia sente os efeitos da greve de forma ostensiva. Até segunda-feira, oitavo dia da greve, cerca de 170 mil frangos morreram por dia na Bahia, segundo dados divulgados pela Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Faeb). Em Governador Mangabeira, a cerca de 140 quilômetros de Salvador, uma única granja perdeu mais de 50 mil frangos por falta de alimento e teve um prejuízo de cerca de R$ 400 mil, segundo a Associação Baiana de Avicultura (ABA). A projeção, conforme a Federação da Agricultura e Pecuária é de que a partir dessa terça-feira (29), nono dia de greve, o número de aves mortas por dia passe a ser de 500 mil.

Dois caminhões carregados com ração para aves de abate foram incendiados no início da manhã de terça-feira (29), na BR-101, trecho que corresponde à cidade de Muritiba, para onde a carga seria levada. Ninguém ficou ferido. Segundo a polícia, homens encapuzados renderam e tiraram os motoristas dos veículos e colocaram fogo nos caminhões. Os suspeitos não foram identificados. Parte da ração seria destinada a uma propriedade do município de Conceição da Feira, que fica a cerca de 20 km de Muritiba.

Em Catu no Posto BR, motoristas  já abasteceram sem fila  no dia de hoje,  e segundo Cézar Ribeiro, dono dos postos na cidade, o álcool ainda está em falta, e não tem previsão de quando vai chegar.

O mercados sofrem com desabastecimento, a sessão de hortifruiti está vazia, e comerciantes ainda não tem previsão para chegada desses alimentos. Segundo um proprietário de supermercados em Catu, os produtos não estão chegando e o que se consegue comprar, chega  a custar mais que o triplo do valor. A saca de batata de R$100 reais pulou para 400 reais, hoje. Essa alta estar na maioria dos alimentos e será repassado para o consumidor.

Na manhã de ontem(29), a estrada entre Catu e Alagoinhas, no trecho que corresponde ao bairro do gravito, caminhoneiros queimaram pneus e bloquearam a pista, que foi liberada com ajuda da Polícia Militar.

Hoje

Todos os pontos de que estavam interditados pelos caminhoneiros nas rodovias baianas já foram liberados. Na tarde desta quarta-feira (30) caminhões já trafegavam sem escoltas nas estradas federais e estaduais do estado. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, não existem mais pontos de bloqueio nas rodovias que cortam o estado.

As desobstruções ocorreram coordenadamente pela Polícia Rodoviária Federal, o Exército Brasileiro, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiro dentre outras. Foram 10 dias de manifestações, mas sem nenhum incidente grave. Segundo a PRF, as ações buscaram garantir um trânsito fluído, com objetivo de restabelecer a operação de serviços essenciais, como aeroportos e hospitais.

 

 

 

Reportagem de Donaire Verçosa

Foto Capa: Alberto Maraux/SSP-BA