EsporteHistórias que Inspiram

Bisgui: o menino sonhador que virou a atleta profissional e escreveu seu nome no futebol baiano

De família humilde, o menino Bisgui descobriu desde cedo o quão é preciso lutar para realizar sonhos, e superar os desafios que a vida impõe. Assim Edinei  transformou sua paixão pelo futebol em um relacionamento firme e duradouro. que o leveu a passagens por grandes times do futebol baiano.

Ednei Alves dos Reis, mais conhecido como “Bisguí,  46, casado com Roseni, pai de Douglas e Beatriz, morador do bairro do Bom Viver desde que nasceu, natural de Catu-Ba, desde criança já demonstrava sua paixão pelo futebol.

O nosso pequeno, apelidado de “ Bisguí”  e sonhador nunca teve uma oportunidade de frequentar uma escolinha de futebol, tendo uma infância muito difícil, ajudava sua família trabalhando na feira livre da cidade, e não tinha tempo para uma preparação de futebol específica.  Mas o sonho de ser um jogador nunca morreu, e em nome desse objetivo, buscava um tempo para jogar o futebol com os amigos da rua, o famoso “baba”.

Aos 16 anos, Edinei ficou sabendo de uma avaliação da catuense futebol clube, e não pensou duas vezes; foi participar da peneira e surpreendeu a comissão que viu um imenso talento no jogador, e logo  assinou contrato para disputar o campeonato baiano de juniores. Infelizmente, acabou por parar os estudos e não persistir nos dois propósitos, já que estudar também precisa fazer parte da composição dos sonhos de todos os cidadãos.

Em 1997, surgiu a oportunidade de se tornar atleta profissional pelo São Francisco do Conde-Ba, e já na sua estreia contra equipe do Fluminense de Feira, muito ansioso, jogando como se não houvesse amanhã, Bisgui fez o único gol do jogo, que deu a vitória a sua equipe. O pequeno sonhador se tornou grande, e fez sucesso em várias equipes que atuou a partir desse momento. Ele passou por: Catuense, São Francisco Do Conde, Atlético – Ba, Paulo Afonso, Barreiras, Fluminense, Itabaiana- Se, Bahia De Feira, Colo-Colo, EC Bahia.

Mas foi em 2006 que Ednei (Bisguí) viu seu nome e talento virar um marco no futebol baiano, se tornando um dos maiores artilheiros da competição com 23 gols, e se tornando o maior  goleador do país em estaduais de 2006. “ Nunca achei que iria fazer tantos gols em uma só competição. Quando fiz o vigésimo, então vi que poderia alcançar a marca de Cláudio Adão (o maior  artilheiro do campeonato baiano), mas cheguei perto dos 27 gols.

Bisguí  contou também que viveu aquele típico momento  resenha do futebol:

  “No treino, levei uma bolada na mão, que acabou amassando a aliança. O médico precisou cerrar para retirar, acabei chegando em casa sem a aliança e tive que convencer a minha esposa de que tinha sido um acidente, quase ela não acreditava.” O  goleador, também comentou que as fases ruins da sua  carreira, era saber que todos os finais de semana não podia estar com sua família, pois o mesmo tinha que se concentrar para os jogos.

No mesmo ano do ápice de sua carreira surgiu várias propostas de equipes brasileiras, chilena e chinesa. E seu empresário optou pela volta ao Esporte Clube Bahia, Ednei que já tinha passagem em 1999, não teve dificuldade em se adaptar, levando consigo uma responsabilidade maior, pelo clube ser bicampeão nacional.

Para Ednei, o futebol na atualidade está muito robótico e programado.

“Falta mais um pouco de criatividade improviso e ousadia, recentemente os jogadores acabam sendo artilheiros com pouquíssimos gols. O treinador Ferreira marcou muito a minha história, e foi com ele que me tornei campeão 2 vezes, uma pela Catuense em 2004, e a outra pelo Colo Colo em 2006.

Como todo jogador sempre sonhou em jogar na Europa, mas não chegou a essa oportunidade: “fui muito feliz jogando pelo nosso país, e muito realizado na profissão que escolhi.”  Ele nunca pensou em desistir, sempre correu atrás dos seus ideais, e sabia que as dificuldades fazia parte do processo.

Em 2007, Ednei acabou fazendo uma cirurgia no joelho, jogando pelo Bahia se recuperando, e voltando aos campos, e em uma partida do brasileirão no mesmo ano ele quebrou o braço logo após o tratamento voltou atuar.  Porém o destino lhe pregou outra peça, o joelho que o mesmo tinha operado o impossibilitou de seguir a carreira, fazendo-o amarrar precocemente as chuteiras. 

“ Pensava em jogar até os quarenta anos. Mas infelizmente não foi possível. Aos 36 , tive que interromper minha carreira por lesão, fazemos um plano e Deus faz outro.”

“Sobre o cenário catuense ele ressaltou, que deveria existir um trabalho de maior preparação para os atletas, Catu tem muitos jovens com grandes qualidades que só precisa de oportunidade e força de vontade dos garotos, pois nada cai do céu.”

Ednei já recebeu várias propostas para treinar equipes de várias regiões,mas rejeitou por que o sonho dele sempre foi ser jogador, experiência que ele guarda pra sua eternidade. Mas sabemos que, quem ama o futebol não consegue viver sem ele, hoje Ednei representa três associações no seu bairro.

Hoje contamos a história de Ednei Reis, um destaque do esporte brasileiro o Bisguí, amanhã pode ser a sua, em “No Esporte Tem História.” Pode enviar para nosso direct sugestões e nos comentários dessa postagem nas nossas redes sociais, sugerir nomes e modalidades a serem exploradas na coluna esportiva. Qualquer dúvida, fala pelo whatsapp (71) 98700-4504.

POR ALEX AMARAL COM A EDIÇÃO DE DONAIRE VERÇOSA.

Redação