Advogada do Subúrbio Fatura R$ 10 Mil por Mês com Brechó: Conheça a Poderosa Brechonista
Descubra a história da advogada Francilene Santos e como ela transformou sua paixão por brechós em um negócio lucrativo no Subúrbio.
Diversidade, peças atemporais e preços justos sempre foram os principais motivos que levaram a advogada Francilene Santos a se encantar pelos brechós. Em sua primeira visita a um deles, durante uma viagem a São Paulo, ela descobriu um mundo fascinante e se apaixonou ainda mais. Inspirada por essa experiência, Francilene decidiu criar sua própria curadoria de peças.
Nascida e criada no subúrbio, Francilene inicialmente abriu um bazar para ajudar nas obras assistenciais da igreja. As roupas que não foram vendidas foram doadas a uma amiga, que conseguiu vendê-las e sair das dívidas. Foi nesse momento que Francilene percebeu o potencial do brechó como um negócio, especialmente porque não havia nada semelhante na região.
As informações são do Correio da Bahia, com imagens de Ana Lúcia Albuquerque/CORREIO
Assim nasceu a Poderosa Brechonista (@poderosabrechonista). Localizado no bairro de Itacaranha, o brechó possui um acervo com mais de 3 mil peças de marcas renomadas, como Dress, Farm, Lança Perfume, Mamô, Zara, Luiza Barcellos e Jorge Bischoff. O faturamento mensal de Francilene chega a R$ 10 mil, e a média anual já alcança R$ 120 mil.
“A surpresa foi imensa. Eu queria criar uma loja aconchegante, com peças bonitas e preços justos. Atualmente, vendemos tanto de forma presencial quanto online. Minha missão é fazer com que todas as mulheres que buscam a loja se sintam poderosas. Escolhi o Subúrbio porque me identifico com essas mulheres vaidosas, que amam se arrumar e veem a loja como um incentivo”, afirma Francilene.
As peças oferecidas variam a partir de R$ 12 e atendem ao público feminino nas numerações do P ao G. Francilene complementa: “Nosso crescimento tem sido exponencial. Nosso público principal é composto por mulheres de 20 a 70 anos. Geralmente, elas optam por peças mais tradicionais, elegantes e casuais”.
Todo o acervo do brechó provém de mulheres que desejam se desfazer de peças por diversos motivos, como mudança de tamanho, redução do guarda-roupa, estoque não comercializado de lojas ou peças anteriormente vendidas por sacoleiras. Para aquelas que desejam se tornar fornecedoras, a avaliação ocorre em até 72 horas, sendo necessário um mínimo de 30 peças. O pagamento é realizado em dinheiro via Pix.
“Na curadoria, considero o tamanho, a marca e o estado de conservação. Escolho cada peça com muito cuidado. Verifico se há defeitos e se estão em bom estado. Em seguida, cuido de cada peça, lavando, passando e perfumando antes de pendurá-las no cabide”, explica Francilene.
Diariamente, Francilene compartilha em suas redes sociais os looks montados com as peças do brechó. Ela já está se preparando para o período de São João, selecionando peças temáticas para a ocasião. “As roupas para o mês junino foram escolhidas há alguns meses. Não podem faltar camisas quadriculadas, jaquetas e casacos”, comenta.
Moda circular
A casa onde o brechó está localizado era da mãe de Francilene, lugar onde ela sempre viveu. Isso a incentivou a criar uma loja que transmitisse uma sensação de aconchego. Francilene investiu cerca de R$ 15 mil para iniciar o negócio, que já está em operação há seis anos.
“Meu irmão tem uma lanchonete no bairro de Plataforma, e eu inicialmente não tinha interesse em empreender, apenas queria estudar. Me formei em Direito como bolsista e trabalhava como gerente em uma multinacional de telefonia. Já tive uma loja de calçados em Cajazeiras, mas quando minha mãe ficou doente, decidi apostar no brechó aqui, um lugar onde vivem mulheres lindas e vaidosas. E aqui estamos nós”, relata Francilene.
A mãe, dona Marlene, sempre foi uma inspiração para Francilene. “Minha mãe era uma mulher vaidosa, porém simples, sempre dentro da nossa realidade. Quando abri o brechó, ela se encontrou. Dizia que era melhor do que ir ao shopping, porque encontrava roupas bonitas e baratas. Ela me inspirou completamente. Sempre dizia que eu deveria vender barato para que todas as pessoas pudessem comprar”, relembra.
A expectativa agora é que a Poderosa Brechonista possa expandir seus negócios. Francilene planeja abrir uma nova unidade no bairro da Pituba, que também contará com um café. “Embora o conceito de brechó ainda enfrente certa segregação – algumas pessoas acreditam que usar roupas seminovas é desmerecedor – há uma tendência crescente de pessoas que veem o brechó como uma forma de proteger o meio ambiente. Isso aquece o mercado e dá continuidade às roupas que poderiam acabar no lixo”.