‘Absoluta tranquilidade’, diz Moro após revés no STF
Ex-juiz foi declarado suspeito no caso do triplex do Guarujá.
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-juiz da Operação Lava-Jato Sérgio Moro, se manifestou após ter sido considerado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de parcialidade no julgamento do triplex do Guarujá, que condenou o ex-presidente Lula (PT).
Em nota, Moro afirmou que a operação foi um março no combate à corrupção no Brasil e ressaltou a devolução de R$ 4 bilhões de suborno foram devolvidos ao cofres públicos. Ele também negou que tenha cometido qualquer tipo de ilegalidade durante o processo.
“Todos os acusados foram tratados nos processos e julgamentos com o devido respeito, com imparcialidade e sem qualquer animosidade de minha parte, como juiz do caso”, escreveu.
“Apesar da decisão da segunda turma do STF, tenho absoluta tranquilidade em relação aos acertos das minhas decisões, todas fundamentadas, nos processos judiciais, inclusive quanto aqueles que tinham como acusado o ex-Presidente”, pontuou.
Nesta terça-feira, a segunda turma formou maioria, de 3 a 2, para declarar Moro suspeito e anular as decisões dele relacionadas a Lula.
Veja o caso:
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia mudou nesta terça-feira (23) o voto dela no julgamento que avalia se Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato em Curitiba, foi parcial ao condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do triplex do Guarujá.
Com a nova manifestação, a segunda turma formou maioria, de 3 a 2, para declarar Moro suspeito e anular as decisões dele relacionadas a Lula. No começo da sessão, o ministro Kássio Nunes Marques votou contra o habeas corpus impetrado pela defesa de Lula, o que garantia o resultado a favor do ex-.
Em 2018, quando o tema começou a ser analisado, Cármen Lúcia havia acompanhado o relator do caso, Edson Fachin, ao se posicionar contra a suspeição de Moro. No novo voto, a ministra citou a condução coercitiva e a interceptação do escritório de advocacia da defesa do ex-presidente como fatos que influenciaram a decisão.
A magistrada ressaltou que o voto dela se aplica somente nos casos que envolvem o ex-presidente e não pode ser estendido para todas as decisões de Moro.
“Todo mundo tem o direito de ser processado e julgado e ter um julgamento justo diante de um juiz ou de um tribunal imparcial”, disse ela. “Não acho que o procedimento se estenda a quem quer que seja, estou tomando em consideração algo que foi comprovado pelo impetrante relativo a esse paciente nesta condição”.
Fonte: Bahia.Ba
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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