A nova pesquisa presidencial do Datafolha
A segunda pesquisa presidencial do Datafolha para o segundo turno será divulgada na noite de sexta-feira, 14, uma semana após a anterior. Será realizada em dois dias, entre quinta-feira e a própria sexta-feira — o que permitirá captar o impacto da escalada de ataques mútuos que estão marcando este segundo tempo da corrida eleitoral. As informações são do O Globo.
O instituto entrevistará presencialmente 2.898 pessoas acima de 16 anos em 180 cidades de todos os estados brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. O último Datafolha registrou 49% para Lula e 44% para Jair Bolsonaro, um resultado que animou bolsonaristas e preocupou petistas.
A discussão religiosa está na ordem do dia nesta eleição. A pesquisa, portanto, não poderia deixar de tentar medir sua influência no processo. Em meio à guerra santa fabricada pelas campanhas e por apoiadores de Bolsonaro e de Lula, que envolve de satanismo a maçonaria, e da necessidade de o candidato do PT ser obrigado a lançar uma carta pública para afagar os evangélicos, o Datafolha incluiu no questionário a seguinte pergunta: “Que importância você dá para a religião ou fé do candidato na decisão de voto?”.
A essa altura, na segunda semana do segundo turno, a pesquisa do Datafolha já poderá verificar o impacto, por exemplo, do apoio de Romeu Zema no segundo colégio eleitoral do Brasil, Minas Gerais, onde Bolsonaro foi batido por Lula no primeiro turno. Já será possível mensurar se algum ponteiro se mexeu a favor do presidente ou se os esforços de Zema deram em nada. É um dos tópicos mais importantes que emergirão das entrevistas feitas no estado.https://c962f4161b6abdf325a14b89f4b700a2.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html?n=0
A campanha de Bolsonaro, sobretudo na TV, também tem apostado em focar as realizações do governo no Nordeste como forma de diminuir a vantagem acachapante de Lula na região. Essa pesquisa também poderá dar uma dimensão do efeito dessa empreitada sobre os nordestinos.
Além de perguntas sobre intenção de voto para presidente da República, a pesquisa tentará aferir o que pensa o brasileiro sobre temas correlatos: o grau de rejeição aos dois candidatos; se o entrevistado já está totalmente decidido a votar em Lula ou Bolsonaro; e qual o principal motivo que o faz votar num ou noutro. E, para aqueles que ainda não estão “totalmente decididos”, questionará qual a razão da indecisão.
O Datafolha vai perguntar ainda se o eleitor escolheu Lula ou Bolsonaro por um deles ser “o melhor” ou “para derrotar o outro”.
Os entrevistados também responderão sobre o que os influencia na definição do voto para presidente: o apoio do seu candidato a governador? o apoio de um artista ao candidato? de um influenciador de internet? de familiares e amigos? de um atleta? ou de um líder religioso? — mais um item em que se poderá medir sobretudo a força dos pastores na decisão do voto.
Seja qual for o resultado desse segundo Datafolha para o segundo turno, seus números serão protagonistas de um intenso debate. Serão contestados, como foram durante todo o primeiro turno — e também como continuam sendo agora. As pesquisas são um instrumento importante para se medir o pulso da eleição. Tanto é assim que os próprios políticos (e suas campanhas) as utilizam há décadas. E partir delas toma suas decisões estratégicas, inclusiva a campanha de Bolsonaro, o candidato que mais as tenta desacreditar. Elas nunca deixarão de ser uma ferramenta para se tentar analisar para onde caminha a cabeça do eleitor. Exceto se o Congresso ousar tomar uma medida inédita numa democracia ocidental, que é a de proibi-las ou criminalizá-las.