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LIVRO SOBRE PARTICIPAÇÃO DO JOVEM NA POLÍTICA É ESCRITO POR ESTUDANTE CATUENSE

Estudante catuense de Serviço Social, Roger Beltrão, escreve capítulo de livro abordando o desinteresse dos jovens pela política e porque precisam se aproximar para entender o sistema político

O catuense Roger Beltrão, estudante de Serviço Social e Graduando em Especialização de Direitos Humanos e Projetos, escreveu um livro junto com 13 colegas, pontuando como o serviço social atua na politização da sociedade. O ponto de partida da discussão abordada, é o porquê dos jovens estarem cada vez mais distantes da política.

‘Trânsitos sociopolíticos, educacionais, arquitetônicos e culturais’, é o título do capitulo em que o estudante escreveu, mostrando como o serviço social pode interferir e somar na politização do sujeito na sociedade. Além da preocupação com a visão política dos mais novos, o livro aborda temas como sociedade e cidades, e ainda destaca as consequências ocorridas com a falta de interação do jovem no universo governamental.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2016, 2,3 milhões (1,61%) de jovens entre 16 e 17 anos, votariam nas eleições municipais. Dados preocupantes, desde as eleições de 1992, onde o percentual era de 3,57% do eleitorado. Essa é a menor proporção de jovens menores de idade em relação ao total dos eleitores do ano de 1992, o que respalda a importância da abordagem do tema, já que os políticos do futuro, é o jovem de hoje. Indivíduos politizados ou não, farão parte da nova formação política futura.

O livro, que é resultado de uma junção de alguns Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), faz parte da pesquisa sobre visão dos jovens a respeito da cidadania, interligado a temas recorrentes e de preocupação da sociedade. As apurações, são frutos colhidos em âmbito acadêmico em diferentes níveis.

O jovem Roger, diz  o que aprendeu com o resultado do que escreveu; “me aproximou muito do contexto político, visto que eu tinha ideia do que queria pesquisar. O tema me possibilitou a abrir um mestrado. É um conjunto de ideias importante para a nossa maturidade política e ideológica”. Garante.

Segundo o estudante, o livro traz uma análise e criticidade política alimentada pela realidade em que o país se encontra, “através do conteúdo, podemos observar o que acontece e não ter uma visão sistematicamente alienada. O leitor terá a opinião garantida através da sua própria conclusão, através do que as pessoas embasadas pensam sobre os fatos. ” Além da política, o conteúdo do material traz reflexões sobre a importância do serviço social, e da organização de uma cidade, da criação até à gestão.

Por ser jovem e criado em uma sociedade onde o hábito de ler cada vez é mais escasso, Roger salienta que isso não é motivo de desânimo, “meu grande incentivo foram as orientações do professor e a minha busca por descobrir ideias que não esperava e publicá-las em um livro. Nossa esperança é o resultado positivo inculcado na cabeça dos cidadãos do futuro”.

Para a divulgação do livro, serão realizados encontros e debates pelos autores, afim de explorar os seus aspectos. Em Catu, está sendo articulado um encontro para falar sobre os temas, e como estes estão inseridos no meio social.

Para a psicóloga Sheila Germania, é necessário que o engajamento partindo dos adolescentes tenha êxito, “é preciso ver o ‘futuro ainda no presente’, para termos noção de como a sociedade caminhará. Pelos movimentos sociais, podemos conquistar muito, principalmente em Catu, onde cobramos e não vamos à luta. Estar atento a política social é fundamental para conhecermos o nosso processo no meio eleitoral. Temos que trazer para o espaço escolar, para as igrejas, isso tudo faz crescer um cidadão melhor e mais próximo das demandas da cidade”. Pontua.

Na visão da psicóloga, o diálogo e o respeito são os detalhes que faltam para uma sociedade construir ideias, “são pequenos detalhes que torna uma sociedade politizada como, não criar um campo de guerra nas redes sociais. Quando cumprimos requisitos, podemos ser um cidadão capaz de idealizar ferramentas. Somos todos iguais e isso não mudará. A história começa no respeito e na conversa”. Finaliza.

A Editora Kawo-Kabiyesile é a  responsável pela publicação da obra, e trata-se de uma instituição independente. A maioria dos projetos autorais aprovados, estão dentro da área de ciências humanas, da literatura e das artes.

O livro tem direcionamento para os jovens e será apresentado para divulgação na semana científica de serviço social, do dia 14 a 19 de maio, na Universidade Salvador (UNIFACS).

O lançamento acontece justamente após fatos que deixaram a nação estarrecida, pela violência dos assassinatos da vereadora do Rio de Janeiro,  Marielle  Franco(PSOL), e  de seu motorista, Anderson Gomes(39), no mês passado, ascendendo a discussão sobre a importância de uma militância forte do jovem na política, para representar camadas discriminadas pela sociedade, como é o caso da vereadora, que eleita com mais de quarenta e seis mil votos, defendia, negros, pobres e a causa LGBT.

A vereadora de 38 anos, foi morta após ter denunciado a ação de ‘milicianos’, segundo uma das linhas de investigação, que destaca que quatro dias antes ser morta, Marielle acusou policiais do 41º BPM (Irajá) de praticarem abusos na Favela de Acari. No entanto, não citou nomes nem detalhes sobre essas supostas ações de equipes do batalhão.

 

 

REPORTAGEM: DONAIRE VERÇOSA E JOÃO VITOR ARAÚJO

FOTO: REDE SOCIAL MARIELLE FRANCO

 

Redação