Saúde

Agosto Dourado: especialistas explicam importância do aleitamento materno 

Alimento é considerado o melhor e mais completo e também é reconhecido como a primeira vacina, por oferecer anticorpos.

O leite materno é o alimento mais recomendado para os recém-nascidos. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 46% dos bebês brasileiros com menos de 6 meses são alimentados exclusivamente com ele. Quando se trata de amamentação, ainda existem mitos. Será que ele é suficiente para suprir a alimentação de um bebê? Se congelado, perde as propriedades? Pode amamentar o filho de outra pessoa? Nesse último caso, tanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto o Ministério da Saúde alertam para risco de transmissão de doenças infectocontagiosas. 

Professora do curso de Nutrição da Universidade Salvador (UNIFACS), Mirela Carvalho esclarece que o leite materno é considerado o alimento mais completo para os recém-nascidos. “Além de atender a 100% das necessidades nutricionais do bebê, sacia a fome, reduz a chance de obesidade, hipertensão e diabetes, bem como os riscos de alergias e infecções, como diarreias e infecções respiratórias, sendo reconhecido como a primeira vacina”, informa a nutricionista.

Pediatra e professora de Medicina da UNIFACS, Bárbara David também reforça que o leite materno tem todos os nutrientes de que o bebê precisa até o sexto mês. O alimento apresenta vitaminas, minerais, açúcares, proteínas e gorduras necessárias para a alimentação saudável do bebê. “Além das questões nutricionais temos as imunológicas. Nenhum outro alimento oferece esses benefícios”, reforça a pediatra. 

Não posso amamentar. E agora? 

O aleitamento materno pode não ser fácil para as mães. Algumas podem ter dificuldades com a técnica ou serem impedidas por questões de saúde. Nesses casos, é possível recorrer aos bancos de leite humano. Quando as mães não podem amamentar, a pediatra orienta: é preciso ser feita uma avaliação médica cautelosa para entender a situação. 

“A contraindicação da amamentação pode ser temporária ou permanente, e as situações envolvidas precisam ter orientação médica pertinente. Se a contraindicação for temporária, a mulher pode estimular a lactação, para não haver prejuízos quando tiver a liberação”, diz a professora da UNIFACS. No caso de a mãe não poder amamentar, mas querer dar o leite materno para o bebê, a pediatra informa que ela pode recorrer aos bancos de leite humano mais próximos. Outra forma de substituição seria o leite em pó maternalizado, que tenta chegar próximo ao leite materno, e é específico para bebês, recomendado pelo médico pediatra da criança. 

Saiba onde e quem pode doar leite materno 

Na Bahia existem nove bancos de leite em hospitais e maternidades que recebem as doações. Toda mulher saudável, que amamenta e que não está tomando medicamentos incompatíveis com a amamentação, pode doar. “A mulher que queira doar precisa fazer cadastro no Banco de Leite, com entrevista, apresentação de exames atualizados do pré-natal (hemograma completo, HIV, HBSAG – Hepatite B, Sífilis), com validade de até seis meses e seguir as orientações para a doação propriamente dita”, explica a Bárbara David. 

O leite pode ser retirado em casa e depois entregue em um banco de leite. A mulher deve seguir algumas recomendações antes de retirar o leite: se não for frasco fornecido pelo banco de leite, é preciso higienizar o frasco, retirando os rótulos e lavando com água e detergente neutro. Depois de limpo o recipiente deve ser fervido em água por 15 minutos, por fim o frasco deve secar em cima de um pano limpo. 

Embora o congelamento e doação de leite materno para os bancos de leite humano sejam práticas benéficas, algumas pessoas ainda têm receio sobre a qualidade do alimento pós ordenha e seu congelamento. No entanto, professora Mirela Carvalho esclarece que não há riscos se a técnica e armazenamento forem adequados. “A técnica correta deve ser orientada por um pediatra, nutricionista ou enfermeiro, profissionais habilitados que já sabem, na prática, como retirar o leite com segurança. É uma alternativa muito importante, também, para quando a mãe retorna ao trabalho e precisa deixar as mamadeiras abastecidas”, explica. 

Bancos de leite na Bahia  

Salvador – Hospital Geral Roberto Santos – (71) 3117-7532 ou (71) 98225-5493 

Salvador – Maternidade Climério de Oliveira – (71) 3283-9264 

Salvador – IPERBA – (71) 3103-9304 

Salvador – Maternidade de Referência Professor José Maria de Magalhães Netto – (71) 3111-9350 

Salvador – Posto de Coleta de Leite Humano (PCLH) na Maternidade Tsylla Balbino – (71) 3116-2086 

Feira de Santana – Hospital Estadual da Criança (75) 3602-0630 

Feira de Santana – Hospital Municipal Inácia Pinto dos Santos – (75) 3602-7156 

Itabuna – Hospital Manoel Novaes – (73) 3214-4346 

Vitória da Conquista – Hospital Municipal Esaú Matos – (77) 3420-6237 

Redação