Que tal uma resenha sobre o novo filme da Barbie (sem spoilers)
A opinião é de Naiana Ribeiro, Jornalista e colaboradora do Alô Alô Bahia, editora e colunista no Portal iG.
Falar sobre a boneca mais famosa do mundo é mexer com muitas emoções, nem sempre tão positivas, de gerações de mulheres. Afinal, apesar de ser uma inspiração para muitas, a Barbie contribuiu significativamente para o padrão de beleza inalcançável que existe hoje em dia. A boneca é um dos maiores símbolos dessa obsessão com a beleza feminina irreal que a mídia e a própria sociedade reforçam e reproduzem diariamente.
O filme “Barbie”, um dos mais aguardados do ano, chega aos cinemas de todo o Brasil a partir desta quinta-feira (20) e subverte ao trazer diversas críticas sociais, referências pop e sacadas inteligentes. Com direção assinada por Greta Gerwig (“Lady Bird”) e protagonistas como Margot Robbie, Ryan Gosling e America Ferreira, o longa-metragem entra de cabeça no mundo cor-de-rosa e vai muito além do aspecto plástico da boneca.
Ao longo de 1 hora e 54 minutos, a obra não tem medo de tirar sarro do universo da Barbie e sua empresa-mãe, a Mattel. A própria personagem de Margot Robbie, mulher branca, alta e magra que representa a “Barbie esteriotipada” – o padrão materializado – problematiza o padrão de beleza e o comportamento da mulher “perfeita”, imagem que a empresa vendeu durante anos.
As piadas com temas como feminismo, patriarcado e depressão mostram que o filme definitivamente é para um público-alvo diferente daquele que ainda brinca com bonecas. O filme mescla o lar da Barbie — a “Barbielândia” — e o mundo real, complexo e distante do confortável “faz de conta” e segue fazendo uma espécie de sátira agridoce, que ora critica e faz o público rir dos absurdos da sociedade moderna, ora faz refletir sobre vários dos problemas reais que as mulheres enfrentam.
Além das diversas críticas sociais, os cenários e figurinos das Barbies e dos Kens são fantásticos. Toda a composição de cores, os acessórios e os mínimos detalhes da boneca estão nas telonas, tornando o filme uma experiência ainda mais rica e nostálgica. Outra escolha certeira de Greta Gerwig é a narração, que faz parte da história tanto quanto os personagens. Superou – e muito – as expectativas. Veja o Trailler https://www.youtube.com/watch?v=lwZTCYst6yw
(Fonte: Alô Alò Bahia)