Lula anuncia mais 16 ministros; Alckmin vai acumular pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Nísia Trindade, presidente da Fiocruz, vai comandar o Ministério da Saúde. Na pasta da Educação, o escolhido foi Camilo Santana, do PT, senador eleito e ex-governador do Ceará..
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou mais 16 ministros que vão participar do novo governo. Ao fazer o anúncio, Lula reforçou o que espera de cada um deles.
Diante da plateia cheia de aliados, Lula antecipou que ainda não havia fechado a montagem de todo o seu ministério.
“Quem tem expectativa não perca a expectativa, porque tudo pode acontecer nesses próximos dias, e certamente vocês terão novidades. E novidades para o bem”, disse.
Em vez dos atuais 23, serão 37 ministérios. Lula já havia anunciado cinco: Fazenda, com Fernando Haddad; Justiça e Segurança Pública, com Flávio Dino; Casa Civil, com Rui Costa; Relações Exteriores, com Mauro Vieira; e Defesa, com José Múcio Monteiro.
Lula anunciou mais 16 ministros:
- a Secretaria das Relações Institucionais vai ficar com Alexandre Padilha, do PT, médico, deputado federal, ex-ministro da Saúde e da mesma pasta no governo Lula.
- na Secretaria-Geral, também da Presidência da República, Márcio Macêdo, vice-presidente do PT.
- a Advocacia-Geral da União com Jorge Messias, que é procurador da Fazenda Nacional.
- na Saúde, Nísia Trindade, presidente da Fiocruz desde 2017.
- a Educação fica com Camilo Santana, do PT, senador eleito e ex-governador do Ceará.
- o Ministério da Gestão, com Esther Dweck, economista E professora da UFRJ.
- o Ministério de Portos e Aeroportos, com Márcio França, do PSB, ex-governador de São Paulo.
- na Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, a vice-governadora de Pernambuco e presidente do PCdoB.
- o Ministério da Mulher, com Cida Gonçalves, que já trabalhou na Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, nos governos do PT.
- o Ministério do Desenvolvimento Social, que cuida do Bolsa Família, foi para o petista Wellington Dias, ex-governador do Piauí e senador eleito.
- a Cultura quem assume é a cantora Margareth Menezes. Ela lançou em 2005 o movimento Afropop Brasileiro, que festeja a cultura negra no Brasil, e fundou a ONG Fábrica Cultural, que promove educação e cultura.
- o Trabalho fica com o petista Luiz Marinho, ex-ministro da Previdência e do Trabalho no governo Lula.
- o Ministério da Igualdade Racial, com a jornalista Anielle Franco, irmã de Marielle Franco, vereadora do Rio assassinada em 2018.
- o dos Direitos Humanos fica com o advogado Silvio Almeida.
Lula fez suspense ao anunciar o escolhido para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Disse que seria uma surpresa.
“Eu fiquei pensando, fiquei pensando, fiquei pensando e eu resolvi fazer uma mudança no ministério: eu resolvi dar trabalho para o meu vice, e o ministro da Indústria e do Comércio será o companheiro Geraldo Alckmin”, afirmou.
Lula anunciou ainda o futuro controlador-geral da União: Vinicius Carvalho, ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
Ao final dos anúncios, Lula reforçou para os ministros o que espera deles, a importância dos ministros para o desenvolvimento do país e destacou que a prioridade é o povo brasileiro.
“É a missão de fazer esse povo voltar a ser feliz. É a missão de fazer o povo voltar a estudar o ensino de qualidade, que o povo possa comer decentemente todo dia. É a missão de garantir que esse povo tenha saúde de qualidade. Temos uma missão, cada um de nós, fazer mais do que a gente pensa que sabe fazer. Nos dedicar mais do que aquilo que a gente já se dedicou. Porque não é o Lula que está precisando de vocês, quem está precisando de vocês é o povo brasileiro. Então, companheiros e companheiras, daqui em diante, todos, todos sem distinção, temos um compromisso não com o Lula, um compromisso com o povo brasileiro. Eu tenho certeza que nós saberemos honrar”, ressaltou.
Lula destacou a inclusão de mulheres e afrodescendentes em sua equipe e o desafio de resolver emergências com orçamento apertado. O futuro ministro da Educação, Camilo Santana, disse que seu foco prioritário será a educação básica.
“É uma determinação do presidente Lula colocar educação como prioridade, principalmente a educação básica. É preciso voltar a ter uma visão sistêmica da educação, desde a infância até a pós-graduação”, afirmou Camilo Santana.
Nísia Trindade, da Saúde, disse que a prioridade será reduzir as filas de pacientes à espera de cirurgia no SUS e fortalecer o Programa Nacional de Vacinação.
“É fortalecer o Programa Nacional de Imunizações, que se tornará um departamento, e pensar a imunização como um esforço nacional, que vai passar pela saúde, pelas escolas, vai pela área de desenvolvimento social. Nós vamos estabelecer uma meta de vacinação para todas as faixas etárias, com a grande visão de recuperar a cobertura vacinal no Brasil. Para isso, nós vamos estar fortalecendo o Programa Nacional de Imunizações e com essa perspectiva de ser um esforço que vai além da saúde. O Zé Gotinha, que está aqui como símbolo, vai nos acompanhar por um bom tempo. O Brasil vai completar 50 anos do seu Programa Nacional de Imunizações. Não é possível termos retrocessos nessa área”, destacou.
E os novos ministros já começaram a indicar equipe. Margareth Menezes anunciou o presidente do Olodum, João Jorge, como chefe da Fundação Palmares a partir de 2023.
Fernando Haddad, da Fazenda, apresentou quatro novos nomes: para Secretaria de Reformas Econômicas ele convidou o advogado Marcos Barbosa Pinto, que já trabalhou no BNDES e na Comissão de Valores Imobiliários; para o Tesouro Nacional, Rogerio Ceron, ex-secretário adjunto da Fazenda de São Paulo; para Secretaria de Política Econômica, Guilherme Mello, doutor em ciência econômica pela Unicamp e integrou a assessoria econômica da campanha de Lula; e para a Receita Federal, o advogado e consultor Robinson Barreirinhas, que já atuou no município de São Paulo como procurador e secretário de Negócios Jurídicos.
Até agora, 21 ministros foram confirmados. Faltam 16 vagas. Lula disse que está trabalhando para terminar essa costura política até terça-feira (27). Falta resolver, por exemplo, se nomes importantes como Simone Tebet e Marina Silva vão ocupar ministérios.
Não por acaso, Lula passou a tarde em reuniões no Hotel. Uma delas, com lideranças do MDB, partido de Tebet, que esperava ser chamada para o Ministério do Desenvolvimento Social, entregue ao PT. Segundo fontes ouvidas pela TV Globo, as conversas avançaram para que Tebet assuma uma pasta. Lula ofereceu duas opções: Meio Ambiente ou Planejamento. Ficou acertado um encontro dos dois nesta sexta-feira (23).
Fonte:G1