Esporte

Na busca pelo bi olímpico, Brasil reencontra Alemanha em Yokohama

Seleção masculina dá largada nos Jogos de Tóquio no palco do penta.

Yokohama, 30 de junho de 2002. Final da Copa do Mundo. Brasil e Alemanha. Ronaldo supera Oliver Kahn duas vezes. A primeira após uma falha clamorosa do goleiro (eleito o melhor jogador da competição) ao tentar encaixar um chute de Rivaldo e soltar a bola nos pés do Fenômeno. O dito “país do futebol” tornava-se, ali, pentacampeão mundial.

Yokohama, 22 de junho de 2021. Outra vez Brasil e Alemanha. Cenário diferente de quase duas décadas atrás, é verdade. Ainda assim não poderia ter um local mais simbólico no Japão para a seleção masculina iniciar a trajetória na Olimpíada de Tóquio, em busca do que pode ser uma segunda medalha de ouro na modalidade. A bola rola a partir das 8h30 (horário de Brasília).

Curiosamente, o último jogo da equipe masculina em uma Olimpíada foi exatamente contra os alemães, também de ótima recordação para o lado verde e amarelo da história. Há quase cinco anos, em 20 de agosto de 2016, mais de 63 mil torcedores, que pintaram o Maracanã com as cores brasileiras, foram abaixo quando Neymar acertou o ângulo esquerdo da meta defendida por Timo Horn e decretou a vitória nos pênaltis, por 5 a 4 (após empate por 1 a 1 no tempo normal e sem gols na prorrogação), que deu ao Brasil o então inédito ouro olímpico no futebol.

Os personagens desta quinta-feira (22) são completamente diferentes daqueles do Maracanã, apesar de uma semelhança: é do lado brasileiro que estão os jogadores mais rodados. Dos 22 atletas que integram a seleção comandada por André Jardine, cinco já defenderam a equipe principal, contra quatro do escrete germânico. Só Daniel Alves, de 38 anos, duas Copas do Mundo disputadas e 118 atuações pela amarelinha, supera o total de jogos somados do quarteto alemão.

Curiosamente, o lateral é o único dos três jogadores acima dos 24 anos convocados por Jardine a ter experiência pela seleção principal. Os demais (o goleiro Santos e o zagueiro Diego Carlos) ainda buscam a primeira chance, que pode ser impulsionada pela Olimpíada, como aconteceu há cinco anos com Weverton.

Além de Daniel Alves, já defenderam a equipe principal os volantes Bruno Guimarães, Matheus Henrique e Douglas Luiz, além do atacante Richarlison. Os dois últimos, inclusive, estiveram no vice-campeonato da Copa América deste ano. Já o lateral Gabriel Menino, embora não tenha atuado, foi convocado por Tite em setembro do ano passado para os primeiros jogos do Brasil nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, que será no Catar.

O Brasil deve atuar com Santos; Daniel Alves, Diego Carlos, Nino e Guilherme Arana; Douglas Luiz, Bruno Guimarães e Claudinho; Richarlison, Matheus Cunha e Antony.

No lado alemão, os três jogadores acima do limite de idade passaram pela seleção principal, mas sem brilho. O atacante Max Kruse, de 33 anos, é quem mais recebeu oportunidades (14). O meia-atacante Nadiem Amiri, de 24 anos (que faz 25 em outubro), atuou cinco vezes. O meia Maximilian Arnold fez um único jogo, só que em maio de 2014. Dos mais jovens, o único a receber oportunidade foi o lateral Benjamin Henrichs, de 24 anos.

Outro detalhe é que apenas Arnold (Wolfsburg) e Henrichs (RB Leipzig), entre os 18 convocados pelo técnico Stefan Kuntz, defendem clubes que se classificaram à edição 2021/2022 da Liga dos Campeões, ou seja, que ficaram entre os quatro primeiros colocados da última temporada do Campeonato Alemão. Em recente entrevista coletiva, o treinador reclamou que as equipes locais não deram apoio à montagem da seleção, e que alguns atletas não se interessaram pela Olimpíada.

Não a toa, somente dois presentes na lista de Kuntz para Tóquio (Henrichs e Amiri) foram titulares na decisão da Eurocopa sub-21 de 2019, que classificou os alemães para os Jogos. Além deles, o atacante Marco Richter entrou em campo na derrota por 2 a 1 para a Espanha. O goleiro Florian Müller, o zagueiro Felix Uduokhai e os meias Arne Maier e Eduard Löwen não saíram do banco.

Fonte: Agência Brasil

Foto: Lucas Figueiredo/ CBF

Redação